Novembro Azul: um chamado para a saúde integral do homem

Novembro Azul e Grupo Elora

A campanha mundial do Novembro Azul começou com foco no câncer de próstata, mas, nos últimos anos, foi ampliada para englobar a saúde masculina como um todo – Foto: Divulgação/Grupo Elora

Este mês é dedicado à conscientização sobre a saúde masculina, em especial à prevenção do câncer de próstata, por meio do movimento Novembro Azul. Essa campanha mundial começou com o foco no câncer de próstata, mas, nos últimos anos, foi ampliada para englobar a saúde masculina como um todo, incentivando os homens a se cuidarem e a adotarem práticas preventivas.

O Grupo Elora, centro de pesquisa, ensino e acolhimento contra o câncer e referência em pesquisas clínicas em Santa Catarina, participa ativamente dessa mobilização, oferecendo não apenas informações sobre a prevenção, mas também novas opções de tratamento por meio de estudos clínicos inovadores.

Novas terapias e tratamentos

Novembro Azul e Grupo Elora

No Grupo Elora, três estudos de ponta estão em andamento — CAPitello-281, ATLAS e AMPLITUDE – Foto: Divulgação/Grupo Elora

A pesquisa clínica desempenha um papel essencial no avanço do tratamento do câncer de próstata, abrindo caminho para terapias inovadoras que podem salvar vidas e proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes. No Grupo Elora, três estudos de ponta estão em andamento — CAPitello-281, ATLAS e AMPLITUDE —, cada um com foco em diferentes estágios da doença e perfis genéticos específicos.

Marcelo Freitas, oncologista do Grupo Elora, explica a importância desses estudos:

“Nossa missão é oferecer aos pacientes tratamentos que vão além do convencional, com terapias que respeitam a individualidade de cada caso e proporcionam um avanço na medicina”.

No caso do estudo ATLAS, por exemplo, é avaliado se um bloqueio hormonal mais intenso pode ser mais eficaz quando combinado com radioterapia. Já o estudo AMPLITUDE introduz o uso de inibidores de Parp, que já têm mostrado benefícios em estágios avançados da doença, agora aplicados também no início do tratamento para pacientes com mutações específicas em genes de reparo.

O estudo CAPitello-281, por sua vez, explora o potencial de novos medicamentos para pacientes com mutação no gene PTEN em casos avançados. Esses avanços, fruto de parcerias internacionais, representam um futuro promissor para o tratamento da doença, especialmente para aqueles em estágio avançado.

“A pesquisa me deu força para seguir”

Para Eduardo Ferreira, a descoberta do câncer de próstata foi um momento de incerteza e preocupação. Diagnosticado com a doença já em estágio avançado, ele inicialmente enfrentou as dificuldades de acesso ao tratamento adequado pelo SUS. “Eu lembro que foi uma espera angustiante até conhecer o doutor Marcelo”, explica.

Novembro Azul e Grupo Elora

Eduardo Ferreira, participante da pesquisa do Grupo Elora – Foto: Divulgação/Grupo Elora

Foi o oncologista do Grupo Elora quem apresentou a possibilidade de Eduardo participar de uma pesquisa clínica. “Ele me explicou que o tratamento oferecido pela pesquisa não era apenas uma tentativa, mas uma esperança de tratamento que poderia fazer diferença”, recorda Eduardo.

Sem cura para seu tipo de câncer, ele encontrou na pesquisa clínica uma oportunidade de receber um tratamento que, segundo ele, trouxe “ânimo” e “esperança”.

“A pesquisa me deu força para seguir. No início, eu estava desanimado, mas com o tratamento, voltei a me sentir melhor, como se tivessem acendido uma luz para mim.”

A importância desse tratamento vai além de resultados clínicos. Para Eduardo, a pesquisa representa dignidade e cuidado. “Ali, a gente é tratado com tanto respeito, que eu nem me sinto um doente. Eles me olham como pessoa, me tratam com carinho. Isso, para mim, faz toda a diferença. Não é só o remédio, é o jeito que eles nos atendem, com respeito e dignidade.”

Com o apoio do Grupo Elora, Eduardo percebeu que a pesquisa clínica era uma forma de ajudar não apenas a si próprio, mas também a outros pacientes. “Eu sinto que estou fazendo parte de algo maior. Sei que, com esse tratamento, podemos ajudar outros no futuro, descobrir remédios que realmente façam a diferença.”

Além disso, graças à pesquisa, Eduardo passou por um teste genético que revelou um risco para sua filha, o que possibilitou que ela também tomasse medidas preventivas. “É um alívio saber que, de certa forma, esse tratamento ajudou a minha família.”

Hoje, Eduardo segue na pesquisa e afirma que sua qualidade de vida melhorou significativamente.

“Estou muito melhor. Não dá para dizer que estou 100%, mas posso dizer que cheguei perto disso, uns 90%, talvez. Sigo com o tratamento, faço tudo certinho, e cada dia é uma vitória.”

Rastreamento e prevenção

Novembro Azul e Grupo Elora

Dr. Marcelo Freitas, oncologista do Grupo Elora – Foto: Divulgação/Grupo Elora

O rastreamento preventivo do câncer de próstata é um tema que gera discussões na comunidade médica, especialmente quando se trata de homens sem sintomas. Como o oncologista Marcelo Freitas explica, o câncer de próstata, em muitos casos, possui uma evolução lenta e pode nunca chegar a afetar a longevidade de um paciente.

Nesse contexto, o rastreamento em homens assintomáticos pode levar ao diagnóstico de tumores indolentes que talvez nunca se tornem clinicamente relevantes, mas que, ao serem tratados, podem resultar em efeitos colaterais indesejados, como incontinência urinária e impotência.

Para lidar com essa situação, surgiu em 2018 a recomendação da decisão compartilhada, que envolve médico e paciente na escolha sobre a realização ou não do exame PSA em homens assintomáticos. Esse modelo incentiva o paciente a considerar os prós e contras, com suporte de seu médico, antes de decidir.

“É uma abordagem que dá ao paciente a autonomia de escolha, com informações claras e um acompanhamento ético. Com o tempo, acredito que essa estratégia evoluirá para uma abordagem mais abrangente, focada em diagnósticos realmente necessários e evitando tratamentos desnecessários”, avalia Freitas.

Para homens com histórico familiar de câncer de próstata, de etnia negra e aqueles com certas síndromes genéticas, o rastreamento pode ser indicado mais cedo e com intervalos específicos, reforçando a importância da personalização no cuidado

Sobre o Grupo Elora

Com 25 anos de atuação, o Grupo Elora se consolidou como pioneiro na condução de pesquisas clínicas oncológicas em Santa Catarina, oferecendo aos pacientes acesso a tratamentos inovadores muitas vezes indisponíveis no sistema de saúde público e privado.

Fundado em 1998, o centro já atendeu cerca de 1.350 pacientes e realizou aproximadamente 280 estudos clínicos, abrangendo oncologia, hematologia e pneumologia.

Atualmente, o Grupo Elora mantém protocolos abertos para o tratamento de cânceres como pulmão, GIST, cabeça e pescoço, rim papilífero MET e câncer urotelial, além de estudos na área de hematologia, incluindo mielofibrose e, em breve, mieloma. Para mais informações, entre em contato pelos telefones (48) 3380-4828 e (48) 99105-7542, ou visite o site grupoelora.org.br.

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