Antonio Vinícius Gritzbach, delator executado em uma emboscada no Aeroporto Internacional de São Paulo, revelou em sua colaboração premiada que o tráfico de drogas financiou a construção de 120 casas em um condomínio na zona sul da capital paulista. Segundo o depoimento entregue ao Ministério Público, os recursos vieram do traficante Anselmo Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, para quem Gritzbach admitiu lavar dinheiro.
O contrato para a obra, firmado entre Santa Fausta e uma fintech comandada por Carlos Alexandre Ballotin, foi utilizado para expandir o condomínio Terrara, que abriga imóveis avaliados em mais de R$ 1 milhão. Transações relacionadas à construção das novas fases teriam movimentado cerca de R$ 180 milhões, conforme indicaram documentos apresentados pelo delator. Além disso, Gritzbach afirmou que a venda subfaturada de apartamentos no Tatuapé era uma das formas de legalizar o dinheiro ilícito.
O corretor imobiliário foi morto com 10 tiros ao retornar de uma viagem a Maceió, ao lado da namorada, Maria Helena Paiva Antunes. A ação foi coordenada por Kauê do Amaral Coelho, identificado como “olheiro”, que avisou os atiradores sobre a chegada de Gritzbach ao aeroporto. Apesar das denúncias que expuseram a relação entre o PCC, políticos e policiais, ninguém foi preso pelo crime, e a polícia oferece uma recompensa de R$ 50 mil por informações sobre o paradeiro do suspeito.