A espaçonave Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA) captou novas imagens do Sol com a maior resolução já obtida até hoje, que mostram detalhes inéditos da nossa estrela-mãe.
As quatro imagens foram tiradas em março, quando a espaçonave estava a uma distância de cerca de 75 milhões de quilômetros, a meio caminho entre a Terra e o Sol.
Cada uma delas mostra diferentes aspectos do astro, como sua superfície visível, a fotosfera, e da atmosfera externa, conhecida como coroa solar. Além disso, incluem medições do campo magnético, dos movimentos do plasma na sua superfície e detalhes das regiões mais ativas, como as manchas solares.
As “fotografias” foram tiradas uma após a outra, e logo, a imagem completa teve que ser formalizada em um período de mais de quatro horas, com mais de 83 milhões de pixels em uma grade de 9148 x 9112 pixels — isso significa uma visão dez vezes melhor do que uma tela de TV 4K.
A ESA explicou que à medida que a sonda se afasta de um objeto quente, a temperatura diminui. Contudo, acima do Sol, a coroa (veja imagem mais abaixo) atinge um milhão de graus Celsius, mas a superfície tem “apenas” 5000°C. “Investigar esse mistério é um dos principais objetivos científicos do Solar Orbiter”, escreveram.
Na imagem acima, sequência de imagens tiradas pelo Spice, o roxo corresponde ao gás hidrogênio a uma temperatura de 10.000°C, o azul ao carbono a 32.000°C, o verde ao oxigênio a 320.000°C, o amarelo ao neon a 630.000°C.
“Coroa” solar
Na imagem acima, é possível ver a atmosfera superior do Sol, a coroa, em ultravioleta. Segundo os cientistas, é a área do astro que tem uma temperatura de cerca de um milhão de graus Celsius.
Segundo a EUI, essas ‘proeminências’ podem entrar em erupção, lançando enormes quantidades de gás coronal no espaço e criando tempestades de ‘clima espacial’.
É a partir dessas imagens que a ESA tenta desvendar um dos maiores mistérios sobre o Sol: como a temperatura está subindo através das camadas atmosféricas ascendentes.
Sol na luz visível
A imagem abaixo, capturada pela Solar Orbiter no dia 22 de março de 2023, mostra o Sol em luz visível. A foto foi tirada por uma ferramenta chamada Imagemador Polarimétrico e Heliosismológico (PHI, na sigla em inglês), que utilizou luz vermelha para registrar a superfície do Sol.
Com temperaturas entre 4500 e 6000°C, é essa parte que emite quase toda a radiação solar. Abaixo dela, há uma zona de convecção, onde o plasma denso – semelhante ao magma terrestre – se movimenta.
Também é possível ver as manchas solares, que aparecem como pontos escuros na sua superfície.