Uma prisão de Israel guardava uma das maiores relíquias religiosas da história: a inscrição de “Jesus é Deus” mais antiga que se tem conhecimento. Especialistas consideraram a descoberta como “a maior desde os Manuscritos do Mar Morto”. A descoberta é um mosaico de 1.800 anos e 54 m2 encontrado sob o chão de uma prisão de segurança máxima, no Vale de Jezreel, Israel. Agora, a relíquia está em exibição no Museu da Bíblia, em Washington, DC, até julho de 2025.
Mosaico de Megido:
Conhecido como Mosaico de Megido, cidade no qual foi encontrado, é um dos artefatos mais importantes para o estudo da igreja cristã primitiva. Com 54 metros quadrados, o mosaico exibe uma inscrição em grego: “Akeptous, devota de Deus, ofereceu a mesa a Deus Jesus Cristo, como memorial.” Esta é considerada a mais antiga referência à divindade de Jesus, confirmando que, desde o século II, cristãos o reconheciam como filho de Deus.
O mosaico também contém imagens de peixes, simbolizando a multiplicação dos peixes por Jesus descrita em Lucas 9:16.
A peça está em exposição em Washington DC., capital dos Estados Unidos. Recebeu o nome, em tradução livre, de O Mosaico de Megido: Fundações da Fé.
Para o transporte, a peça foi cuidadosamente desmontada e levada para os Estados Unidos em 11 caixas, com algumas delas pesando até 450 kg. O mosaico permanecerá em exibição até julho de 2025, quando retorna para Israel e será montado no local original.
Descoberta na prisão
A descoberta ocorreu quando a prisão de Megido sofreu uma expansão. Os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), responsáveis pela escavação, demoraram quatro anos para recuperar todo o mosaico. Durante as escavações, também encontraram o nome de um oficial romano, Gaianus, supostamente financiador da obra, sugerindo uma convivência pacífica entre cristãos e romanos.
A inscrição também menciona o nome de cinco mulheres, incluindo Akeptous, doadora da mesa, destacando a importância das mulheres na igreja da época. Esse detalhe é importante por ser incomum a indivíduos serem mencionados de forma específica em inscrições cristãs da época.
Importância histórica e científica
Carlos Campo, CEO do Museu da Bíblia, descreveu a descoberta como “a maior desde os Manuscritos do Mar Morto”, destacando a importância histórica e religiosa do mosaico. Segundo Alegre Savariego, curador da exposição nos EUA, a obra oferece “evidências físicas e concretas das práticas e crenças dos cristãos primitivos”. A peça também revela o papel fundamental das mulheres nas primeiras comunidades cristãs.
Bobby Duke, diretor da Scholars Initiative do Museu, também comentou o valor da descoberta e a comparou com os Manuscritos do Mar Morto em sua importância para o estudo da história da igreja cristã.