Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) prendeu quatro militares “kids pretos” na operação que investiga um plano de golpe de Estado em 2022 que incluia o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Kids pretos: a elite do Exército
A nomenclatura “kid preto” é um apelido informal atribuído aos militares das Operações Especiais do Exército Brasileiro, considerada a “elite” do Exército, pelo fato usarem um gorro preto.
Criadas em 1957, essas tropas operam em missões com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra ou situações que envolvam sabotagem, operações de inteligência, planejamento de fugas e evasões.
Em 2023, o Exército informou que essa categoria tinha um efetivo aproximado em torno de 2,5 mil militares, distribuídos principalmente no 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, e na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus.
Para entrarem nas Forças de Operações Especiais, os militares voluntários fazem um processo seletivo e passam por uma formação rigorosa no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói (RJ). O treinamento é dividido em três etapas:
- Curso de Paraquedista Militar (seis semanas), que introduz os voluntários às operações aéreas.
- Curso de Ações de Comandos (quatro meses), com treinamento intensivo em condições de privação de sono e alimento, além de exigências físicas extremas.
- Curso de Forças Especiais (cinco meses), focado em missões estratégicas e inteligência
Ainda segundo o Exército, os “kids pretos” têm permissão para atuar em todo o território nacional. Entretanto, a corporação afirma que as tropas especiais só são empregadas por ordem do Comando do Exército, sob coordenação do Comando de Operações Especiais.
“Sempre com base em um arcabouço legal, respeitando regras de engajamento previstas para a sua atuação operacional”, diz o Exército em nota enviada ao g1.