Abrigo do pássaro, que é símbolo da região pantaneira, ganha novos moradores. Ninho de Tuiuiu evidencia os quatro novos filhotes
Jornal Nacional | g1
No alto da árvore completamente seca, quatro filhotes de tuiuiús observam a imensidão ao redor. A reprodução da ave símbolo do Pantanal ganhou um significado ainda mais especial em um ano com tantos incêndios florestais.
“O tuiuiú tem uma carga cultural e natural muito grande aqui no bioma. É uma das maiores aves que nós temos nas Américas, são três metros de envergadura, quase 1,60 m de altura, e muito presente na planície pantaneira. Então, não tem como as pessoas não notarem a presença dele aqui”, afirma o biólogo do Instituto Homem Pantaneiro, Gabriel Oliveira.
O ninho onde os pássaros nasceram fica há 20 minutos de barco da cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul.
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O Jornal Nacional mostrou, em junho, quando o fogo quase atingiu a casa das aves. Os bombeiros fizeram uma força tarefa de dois dias intensos de combate, por terra e pelo ar. O esforço que valeu a pena e, agora, o desafio é de alimentar os filhotes.
“Esses animais, normalmente, não se alimentam no rio, e sim nas baías, nos brejos, nas áreas alagadas. E a gente sabe que essas áreas estão todas praticamente secas. A área foi toda queimada ao redor desse ninho”, afirma Sérgio Barreto, biólogo do Instituto Homem Pantaneiro.
Com o nível do rio Paraguai baixo, os barrancos ficam cada vez maiores. Portanto, chegar até a árvore onde está o ninho fica bem difícil. Apesar de todo esse verde às margens do rio, a gente vê que a árvore que abriga a morada dos tuiuius ainda guarda as marcas do incêndio de cinco meses atrás.
De janeiro até agora, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 14.359 focos de incêndio no Pantanal. A área atingida ultrapassa os 3.161.875 milhões de hectares, que é maior que o estado de Sergipe.
Mesmo em meio a tanta destruição, a natureza tenta resistir, e quem luta para preservar o Pantanal, comemora.
“Saber que esse casal fica a vida inteira junto e usa apenas esse ninho para procriar e viver, é mais satisfatório ainda saber que o nosso trabalho, o nosso esforço, não foi em vão”, diz Victor Blanco Hugo, tenente do corpo de bombeiros do Mato Grosso do Sul.