A noite de quarta-feira (13) foi marcada pelas explosões no STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília. O autor do atentado foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, ex-candidato a vereador na cidade de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
Por volta das 19h30, o catarinense bombardeou o próprio carro em frente ao prédio do STF e detonou outros dois dispositivos próximo a Câmara dos Deputados.
Imagens de câmeras de segurança mostraram a ação do autor das explosões, que arremessou explosivos segundos antes de deitar no chão, sobre um outro artefato, que explodiu embaixo dele. O chaveiro, que vivia em Ceilândia há quatro meses, morreu na hora.
Corpo do autor das explosões no STF já passou por perícia
A perícia do corpo de Francisco Wanderley Luiz já foi concluída, com previsão de liberação para sepultamento na segunda-feira (18). Ainda não foi informado se será feito o translado para Santa Catarina.
Nesta sexta-feira (15), os agentes da polícia seguem com as intimações e entrevistas de pessoas que tiveram algum contato com o autor das explosões no STF em Brasília. Algumas delas vão depor na sede da Polícia Federal na segunda-feira.
A extração dos dados do telefone de Francisco ainda não foi finalizada. Apesar dele ter morrido durante o atentado, a Polícia Federal informou que irá encaminhar ao STF o pedido de quebra de sigilos bancários, fiscal, telemático e telefônico do autor.
Polícia Federal fez operação em propriedade de autor
A Polícia Federal e Polícia Militar estiveram, na manhã de quinta-feira (14), na propriedade de Francisco, em Rio do Sul. As corporações não deram detalhes do que foi realizado ou encontrado na residência.
De acordo com o R7, a Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Federal investigam o caso. A principal suspeita é de que Francisco seja o único envolvido nas explosões em Brasília.
Peritos da PF (Polícia Federal) vão reconstituir o cenário das explosões em Brasília, na praça dos Três Poderes. O método é foi o mesmo utilizado para a investigação dos ataques de 8 de janeiro, quando os mesmos prédios foram depredados.
Quem era o catarinense autor das explosões em Brasília?
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era chaveiro e morou na cidade de Rio do Sul enquanto era casado. Em 2020, foi candidato a vereador na cidade pelo PL (Partido Liberal), sob o nome Tiü França, mas recebeu apenas 98 votos e não se elegeu.
Em entrevista ao Uol, deputado federal, Jorge Goetten (Republicanos/ SC), disse que conhecia Francisco desde a juventude e que ele estaria passando por “sérios problemas mentais” desde que se separou da esposa, há quatro meses. Neste meio tempo, o catarinense autor das explosões em Brasília se mudou para Ceilândia, cidade satélite da capital federal.
Goetten informou que desde que Francisco se mudou para Brasília, havia visitado o gabinete algumas vezes. No dia dos atentados, à tarde, Francisco teria circulado pela Câmara dos Deputados, mas não encontrou com o parlamentar catarinense.
“Tiü França” e as teorias da conspiração
Nas redes sociais, Francisco tinha um perfil ativo e compartilhava conteúdos relacionados a política, religião e teorias da conspiração. O autor das explosões em Brasília acreditava na existência do QAnon (teoria de extrema-direita em que adeptos da esquerda são adoradores de Satanás, pedófilos e canibais).
Além disso, também publicava frequentes críticas aos ministros do STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Em postagens recentes, Francisco escreveu que o dia 15 de novembro, feriado de Proclamação da República, seria “especial para iniciar uma revolução”.
Testemunhas relataram às autoridades que o autor das explosões em Brasília usava roupas que lembravam o personagem Coringa, vestindo um terno personalizado com naipes de cartas. Um chapéu branco foi encontrado ao lado do corpo. Ele morreu ao acionar um explosivo próximo à própria cabeça.