Milei se encontra com Trump na Flórida às vésperas do G20

Além do encontro com Trump, Milei (ao centro) também dialogou com o bilionário Elon Musk (com a criança no colo)Reprodução/EFE

Nesta quinta-feira (14), o presidente da Argentina, Javier Milei, se encontrou com Donald Trump em um jantar de gala organizado em Mar-a-Lago, na Flórida, para comemorar a vitória do republicano nas eleições presidenciais dos EUA. O mandatário argentino foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump.

Na ocasião, Milei discursou e descreveu a eleição de Trump como o “maior retorno político da história”. “Graças a isso, hoje o mundo é um mundo muito melhor. Hoje, sopram os ventos da liberdade, sopram com muito mais força”, acrescentou o presidente argentino.

De olho na guinada da agenda internacional, Milei demitiu a chanceler Diana Mondino e colocou no lugar Gerardo Werthein, embaixador nos Estados Unidos. O encontro com o presidente americano eleito aconteceu dias antes do encontro dos chefes de Estado na cúpula do G20, no Rio de Janeiro.

Resistência na taxação dos super-ricos

O governo de Javier Milei tem resistido à menção no texto final sobre a tributação dos super-ricos, uma das principais pautas a serem discutidas no G20. Além da resistência, Milei quer retroagir nos termos usados no texto assinado em outubro, em Washington, pelos ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais.

A taxação dos super-ricos é um dos pontos fundamentais da agenda brasileira, que preside o encontro no Rio. Segundo o g1, o governo Lula quer avançar no assunto, até como forma de amenizar o impacto do ajuste fiscal. O objetivo é fortalecer o discurso de que todos vão ter de colaborar com o ajuste fiscal, inclusive os milionários, por meio de uma tributação maior.

Além da pauta, a Argentina também ameaça barrar manifestações específicas sobre o meio ambiente. Milei chegou a retirar a delegação do país da COP29, encontro desta semana para discutir o clima, no Azerbaijão. Os argentinos se recusaram a assinar, em outubro, um texto negociado entre ministros sobre igualdade de gênero.

A resistência dos argentinos cresceu nos últimos dias nos encontros que vêm sendo tocados pelos negociadores do país, em um momento em que Donald Trump vence a eleição nos Estados Unidos, dando força à agenda extremista de Milei.

Resposta

Para a declaração final do G20 sair, a Argentina precisa tomar uma decisão sobre a pauta, se vai concordar com os termos ou se opor ao conteúdo e não assinar. O texto aprovado em outubro, em Washington, por todos os ministros da Fazenda e presidentes de banco central do G20, mencionava a taxação dos super-ricos.

O texto afirma: “Continuaremos a trabalhar juntos em direção a um sistema tributário internacional mais justo, inclusivo, estável e eficiente, adequado ao século XXI, reafirmando nosso compromisso com a transparência tributária e fomentando o diálogo global sobre tributação efetiva, incluindo de indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto, entre outras questões. Com total respeito à soberania tributária, esperamos discutir áreas potenciais de cooperação para garantir que indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados”.

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