Uma pesquisa publicada na The Lancet Public Health mostra que as gerações mais jovens, como os Millennials e Geração X, estão enfrentando um risco significativamente maior de desenvolver cânceres em comparação com os Baby Boomers (de 1945 a 1964).
Millennials e Geração X em alerta
Segundo os pesquisadores da Sociedade Americana de Câncer, foram identificados 17 tipos de cânceres, entre eles, leucemia, câncer de mama e gástrico, que têm incidência muito maior nos Millennials (de 1982 a 1994) e Geração X (de 1965 a 1981).
O estudo analisou os dados de 23 milhões de americanos diagnosticados entre 2000 e 2019. Ele aponta que os Millennials nascidos em 1990 têm até três vezes mais chances de desenvolver cânceres como os de pâncreas, rim e intestino, em comparação com os Boomers nascidos em 1955.
As jovens mulheres também apresentam maior risco de desenvolver cânceres de fígado e canal biliar. O estudo também indica que o risco de morte por câncer está aumentando entre os Millennials e Geração X.
O que pode estar causando câncer nessas gerações?
Os cientistas acreditam que a exposição crescente a fatores de risco carcinogênicos durante a infância e adolescência, como tabaco, álcool, poluição do ar, má alimentação e falta de sono, está contribuindo para esse aumento preocupante.
A obesidade, que se tornou um problema prevalente, é outro fator significativo, com dez dos 17 tipos de cânceres mais comuns entre os Millennials associados ao sobrepeso.
“Um risco maior nas gerações mais jovens é carregado conforme o indivíduo envelhece, aumentando a chance de câncer no futuro, parando ou revertendo décadas de progresso contra a doença”, alerta o epidemiologista Ahmedin Jemal, coautor do estudo.
Enquanto algumas gerações mais velhas veem uma queda na incidência de cânceres, como os de mama, ovário e testículo, entre os mais jovens, esses tipos de câncer estão em ascensão.
Por outro lado, o risco de câncer de colo de útero diminuiu significativamente entre as mulheres nascidas em 1990, devido à eficácia da vacina contra o HPV.
Além disso, os cânceres relacionados ao tabagismo, como os de pulmão e garganta, estão em declínio, o que os pesquisadores acreditam ser um reflexo da conscientização sobre os perigos dessas drogas.