Naufrágio do Vasa: a história do navio que afundou na inauguração por admin | 15 de agosto de 2024 - 13:21 |15 de agosto de 2024 Sem categoria Há quase quatro séculos, no dia 10 de agosto de 1627, a Suécia foi cenário de uma tragédia marítima, que se tornou famosa pelo inusitado: o naufrágio do navio Vasa. A embarcação afundou apenas 20 minutos após zarpar do cais do porto de Estocolmo. O navio havia percorrido menos de duas milhas náuticas (trajeto inferior a quatro quilômetros). O grandioso navio foi batizado de Vasa em referência ao nome da dinastia que ocupava o trono da Suécia à época, sob o reinado de Gustavo II Adolfo. O monarca encomendou à marinha sueca a fabricação do navio como demonstração de poderio bélico. Na estrutura, o Vasa trazia elaboradas esculturas e decorações contando a história da família real. Era o navio de guerra mais ambicioso da Europa à época. Construído no estaleiro de Skeppsgarden, o navio afundou logo em sua viagem inaugural, diante de uma multidão que se dirigiu ao porto para acompanhar o evento. Segundo a tese mais aceita, a embarcação sucumbiu após ser atingida por rajadas de vento por ter uma estrutura inadequada, que provocava instabilidade. Diante das rajadas de ventos, o navio adernou para um dos lados e afundou após um volume de água entrar na embarcação pelas canhoneiras. Com três mastros capazes de suportar dez velas, o Vasa pesava 1.200 toneladas e media 69 metros da proa à popa. O navio teria sido construído sem conhecimentos técnicos adequados e sob grande pressão do rei, que queria vê-lo logo em atividade para impressionar os inimigos. Pouco mais de três séculos depois, em 1961, o navio de guerra foi recuperado a 32 metros de profundidade no Mar Báltico por arqueólogos marítimos. Encontrado em bom estado, o Vasa passou a ser objeto de estudo especializado. Os responsáveis pelo achado foram o arqueólogo naval Anders Franzén (1918 – 1993) e o mergulhador Edvin Falting. Franzén (foto) e Falting faziam buscas na ilha de Beckholmen, em Estocolmo, quando a rede de arrasto que utilizavam ficou presa no corpanzil do Vasa. A integridade do Vasa após tanto tempo se explica pela água do Mar Báltico, de baixa temperatura e pobre em oxigênio, condições que afastaram bactérias capazes de consumir sua estrutura. No interior do Vasa foram encontradas ossadas das vítimas do naufrágio. Ao menos 30 das 150 pessoas a bordo morreram. “Para nós, é interessante e desafiador estudar os esqueletos do Vasa. É muito difícil extrair DNA de um osso que está no fundo do mar há 333 anos, mas não é impossível”, declarou a professora de genética forense Maria Allen, em um comunicado à imprensa da Universidade de Uppsala, que analisa e tenta fazer identificações das ossadas. Um dos sobreviventes da catástrofe, o capitão do Vasa chegou a ser preso acusado de incompetência, mas no mês seguinte foi liberado e não houve nenhuma conclusão sobre a razão do naufrágio. De acordo com dados técnicos do Museu Vasa, o navio contava com 64 canhões de bronze e tinha um peso e altura muito acima do comum para a época. Localizado em Estocolmo, o Museu Vasa abriga o navio resgatado para a superfície e conta a história do naufrágio que comoveu o país no século 17. De acordo com informações do museu, 98% da estrutura do Vasa está preservada, o que permite ao visitante observar as centenas de esculturas entalhadas em seu bojo. Adicionar aos favoritos o Link permanente.