A obediência canina nem sempre é uma questão apenas de raça, mas também uma combinação de genética, treinamento e ambiente. A veterinária Ana Luiza Bilck Girardi explica como o adestramento e a forma como os cachorros são tratados influenciam seu comportamento.
O treinamento e o ambiente desempenham papéis cruciais na obediência de cachorros. A genética também tem sua parcela de influência, segundo a veterinária.
Obediência canina: o que influência?
De acordo ela, existem padrões comportamentais influenciados pela genética nas raças. “Animais utilizados para caça, por exemplo, têm características distintas, como um olfato mais desenvolvido, que impactam seu comportamento”, afirma.
Apesar da influência genética, a experiência de treinamento é o fator determinante na obediência dos cães. “Embora algumas raças sejam naturalmente mais ágeis e mais fáceis de adestrar, a idade do cão e o início do treinamento são cruciais. Quanto mais jovem o animal quando inicia o adestramento, mais fácil será o processo”, explica.
Mas afinal, quais as raças mais obedientes?
Entre as raças mais frequentemente associadas a um treinamento eficaz estão o Border Collie e o Pastor Malinois. “Essas raças são amplamente usadas em trabalhos que exigem alta performance, como no trabalho policial, devido à sua genética e habilidades especiais”, cita a veterinária.
Por outro lado, a ideia de que algumas raças são mais desobedientes é contestada por Ana Luiza. “Não acredito que exista uma específica mais desobediente. A desobediência é frequentemente uma questão de como o cachorro é tratado e adestrado no ambiente em que vive. O adestramento positivo e a orientação desde filhote são fundamentais”, destaca.
Com isso, a combinação de um treinamento adequado e um ambiente enriquecedor é essencial para garantir a obediência canina, independentemente da raça. “O adestramento positivo, quando iniciado desde cedo, facilita o processo e contribui para um comportamento mais desejável ao longo da vida do animal”, conclui Ana Luiza.