MS registra o 1º caso autóctone de Febre Oropouche


Conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), um homem de 52 anos que mora em Itaporã foi diagnosticado com a doença; ele já se recuperou da doença. Exames feitos no Lacen para detecção de doenças
Divulgação/SES
Mato Grosso do Sul registrou o primeiro caso autóctone, ou seja, com origem no local em que foi feito o diagnóstico, de Febre Oropouche. Trata-se de um homem de 52 anos, morador de Itaporã. Ele já se recuperou da doença. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (14) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). 
Conforme a SES, o indivíduo de 52 anos procurou uma unidade de saúde de Itaporã no dia 04 de abril, com dor de cabeça e dor muscular. A amostra de sangue foi coletada no dia 5 do mesmo mês e enviada ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), sendo o resultado negativo para dengue, zika e chikungunya.
A amostra coletada foi submetida a estratégia de detecção guarda-chuva, tendo resultado positivo para a arbovirose Oropouche.
Equipes da Vigilância Municipal conversaram com o homem para ter informações sobre histórico de viagem, visitas recebidas e para saber se ele entrou em região de mata fechada. Como todas as respostas foram negativas, eles entenderam se tratar de um caso de transmissão autóctone.
Os casos autóctones são aqueles que têm origem no local em que foi feito o diagnóstico. “A transmissão autóctone significa que o caso diagnosticado teve sua origem no mesmo local de residência do indivíduo. A doença não foi trazida por pessoas de fora como no caso anterior, está acontecendo na própria região”, explica Jéssica Klener Lemos dos Santos, gerente técnica estadual de Doenças Endêmicas da SES.
O que é Febre Oropouche?
A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus, isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente, nos estados da região amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Como é transmitida?
A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por vetores. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do vetor por alguns dias. Quando esse pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal.
Sintomas
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático, hidratação e acompanhamento da rede de saúde.
“Não há motivo para pânico da população, a confirmação do caso com transmissão autóctone veio através da série de medidas implementadas pelo Estado para vigilância da arbovirose. Desde junho, 818 amostras que deram negativo para o protocolo ZDC foram testadas pelo Lacen e apenas duas apresentaram o resultado positivo”, reforça Jéssica.
Casos no país
O Brasil tem observado um grande aumento do número de casos de Febre Oropouche. Conforme o último boletim do Ministério da Saúde, já são 7.653 casos em 2024, com dois óbitos relacionados a Oropouche. Em 2023, foram 831 casos.
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