Gosto pelo trabalho e amor incondicional pelos filhos: quem era o guarda civil morto após sofrer acidente durante perseguição em Itatiba


Franscisco Henrique de Oliveira Filho, de 43 anos, perseguia um motociclista embriagado que desobedeceu uma ordem de parada e fugiu, quando colidiu em um veículo. Franscisco Henrique de Oliveira Filho, de 43 anos, pertencia ao Grupo de Patrulhamento Ostensivo com Motos (Gpom) da Guarda Civil Municipal (GCM)
Arquivo pessoal
Francisco Henrique de Oliveira Filho tinha 43 anos, era apaixonado pelo trabalho de guarda municipal e gostava de garantir a segurança da população, pelo Palmeiras, seu clube do coração, além de sentir um amor “incapaz de ser medido” pela família, em especial, seus três filhos.
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Na madrugada de sábado (3), o guarda, que pertencia ao Grupo de Patrulhamento Ostensivo com motos (Gpom) da Guarda Municipal de Itatiba (SP), perseguia um motociclista bêbado e sofreu um acidente, não resistindo aos ferimentos. Sua morte completa uma semana neste sábado (10).
Segundo a irmã de Francisco, Tereza Oliveira, o irmão sempre teve o sonho de trabalhar na área de segurança e por muito tempo estudou para realizá-lo.
“Sempre se inscrevia nos concursos, até que surgiu essa oportunidade [na Guarda Municipal]. Foi uma alegria para ele essa conquista. A formatura dele foi no dia três de agosto de 2019, exatamente cinco anos depois, no dia 3 de agosto de 2024, ele faleceu”, lamenta.
Francisco e a irmã, Tereza, no dia em que se formou na Guarda Municipal de Itatiba (SP)
Arquivo pessoal
Nova realidade
Os sete dias após a morte do irmão foram de choque e coragem para que a família encarasse uma nova realidade. Os filhos, de 21, 20 e 16 anos, ainda estão aprendendo a viver sem o pai. Os cinco irmãos encontraram na fé uma forma de compreender a situação.
“Foi um choque pra família receber essa notícia de forma tão inesperada. Apesar do risco da profissão, nós nunca esperávamos por isso. Os três filhos estão ainda bem abalados e sentido muita falta do pai, ficamos cinco irmãos, e estamos tentando nos acostumar com a nova realidade, de saber que ele não está mais aqui, mas em tudo crendo que Deus sabe de todas as coisas e está no controle absoluto de tudo”, desabafa a irmã de Francisco, Tereza Oliveira.
Francisco com os cinco irmãos no dia em que se formou na Guarda Municipal de Itatiba (SP)
Arquivo pessoal
Francisco, que por pouco não se chamou Gilberto, sempre foi chamado pela abreviação do seu “nome que nunca recebeu”: Beto. Tudo isso como forma de lembrar o carinho que a família tinha com o guarda.
“[O chamávamos de Beto] desde criança, pois minha mãe tinha escolhido seu nome Gilberto, mas meu pai resolveu mudar dentro do cartório. Era um irmão muito atencioso, sempre preocupado em reunir todo mundo, sempre muito alegre, uma pessoa fácil demais de conviver”, declara Tereza.
Tereza diz que se precisasse definir o irmão em duas palavras, seria “pai excepcional”. Segundo ela, Francisco era apaixonado pelos filhos e “daria a vida por eles. Filhos acima de tudo, os filhos eram sua paixão.”
“Era um ser humano acima de média, pacificador, generoso, humilde, sempre com uma palavra para levantar. Sentirei muita saudade de cada momento, de cada xícara de café que tomamos juntos, de todas as risadas que demos. Cada memória estará eternizada dentro de mim”, finaliza.
Francisco com os três filhos em Itatiba (SP)
Arquivo pessoal
O acidente
Conforme apurado pela TV TEM, o agente acompanhava um motociclista suspeito que desobedeceu uma ordem de parada e fugiu. Durante a perseguição, ao cruzar a Rua Rui Barbosa, no Centro, o agente colidiu de frente com um carro. Com o impacto, ele foi arremessado.
Francisco foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos. Um outro guarda, que também atingiu o veículo, sofreu ferimentos leves.
Conforme boletim de ocorrência, o motociclista foi abordado na Rodovia Luciano Consoline (SP-063) após aproximadamente 20 minutos de perseguição.
Ele fez o teste de bafômetro, que indicou 0,60 miligrama de álcool por litro de ar alveolar (mg/l). É configurado crime quando esse índice é igual ou superior a 0,33. O motociclista foi preso em flagrante, mas passou por audiência de custódia e vai responder ao processo em liberdade.
O velório de Henrique de Oliveira Filho ocorreu no sábado (3). Ele foi sepultado no Cemitério Municipal de Itatiba.
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