Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga, está foragido da Justiça. Alvarenga, da Maré, em uma das imagens mais recentes obtidas pelos investigadores
Reprodução
A casa de quatro andares que começou a ser demolida em uma operação na Maré nesta terça-feira (13) seria usada pelo traficante que domina a região: Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ele está foragido da justiça e tem 86 anotações criminais.
As investigaçoes apontam que Alvarenga é o responsavel pela construçao de todo o condominio de alto padrão em uma area dentro do Parque União – uma das comunidades que compõem a Maré.
“Nós sabíamos que esses imóveis, eles eram utilizados para negociação, ou seja, pela via do inquilino, seja para para locação, seja para compra e venda. Mas nós não sabíamos, até então, que esses imóveis eram utilizados também para abrigar traficantes, é, e nós nos deparamos hoje com várias unidades em alto padrão de luxo. É sendo utilizadas para o abrigo de traficante”, diz o delegado Pedro Cassundé.
Segundo o Portal dos Procurados, Alvarenga é por um séquito de vários criminosos armados e quase não circula pela favela, para não ser visto. Tanto que, durante muito tempo, nos bancos de dados da Segurança Pública, a única foto existente do criminoso é a de sua primeira carteira de identidade. Mais recentemente, imagens novas do criminoso foram obtidas.
Condomínio do tráfico
Força-tarefa derruba imóvel de luxo do tráfico na Maré
Segundo a polícia, um imóvel atribuído a Alvarenga faz parte de um “condomínio do tráfico” no Parque União. Segundo as investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, são cerca de 300 casas e apartamentos construídos ilegalmente na favela sendo usados para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
O “condomínio”, no Parque União, foi mostrado em outubro do ano passado pelo RJ2. Na ocasião, a reportagem mostrou que o Comando Vermelho (CV) adotou uma prática da milícia e passou a usar a especulação imobiliária para lavar dinheiro das atividades criminosas. A venda das casas então recém-construídas é uma forma de circular esse capital.
O quadriplex ainda não estava pronto, mas chamaram a atenção dos agentes o acabamento em mármore, uma piscina com cascata e uma banheira de hidromassagem.
Outro imóvel de alto padrão tinha 2 andares e uma piscina ainda maior. Engenheiros da prefeitura estimam que a derrubada desses 2 imóveis represente um prejuízo de R$ 5 milhões para o tráfico.
A força-tarefa responsável pela operação desta terça é composta pelas polícias Civil e Militar do RJ, Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Operários ao todo vão derrubar 40 imóveis, incluindo as “mansões”.
Segundo o MPRJ, parte dos imóveis chega a ter 6 pavimentos, mas 90% deles ainda estão em fase de alvenaria e totalmente desocupados. Eles foram erguidos sem nenhuma autorização da prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras.
A Seop não tem prazo para derrubar tudo. Máquinas não conseguem chegar às casas, e por isso a demolição é manual, com marretas, andar por andar, de cima para baixo.
“Esses prédios são frutos de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. São prédios sem licença e sem autorização e que segundo as investigações são frutos de lavagem de dinheiro dos criminosos”, afirmou o secretário Brenno Carnevalle.
A força-tarefa saiu para também cumprir 23 mandados de intimação — quando a pessoa é conduzida para a delegacia a fim de prestar esclarecimentos.
A investigação constatou que o Comando Vermelho (CV) construiu imóveis e abriu empreendimentos no Parque União para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas.
GIF – quadriplex do tráfico na Maré
Reprodução
Operários derrubam bar em mansão do tráfico na Maré
Reprodução/Seop