Um animal não muito conhecido no Brasil é o centro de diversos debates no meio científico e ambiental. O pangolim, além de ser considerado o mamífero mais traficado do mundo, carrega também a fama de hospedeiro da Covid-19.
Pangolim: o possível hospedeiro da Covid-19
Um estudo divulgado pela revista científica Nature, em 2020, indicou semelhança de 85,5% a 92,4% entre o vírus encontrado em pangolins e o SARS-CoV-2.
De acordo com o portal amda, somente pangolins capturados na China, no comércio ilegal das províncias de Yunnan e Guangxi, testaram positivo para vírus do tipo SARS, o mesmo do causador da Covid-19.
Porém, uma equipe liderada por cientistas da Wildlife Conservation Society (WCS), identificaram neles a presença de coronavírus “parentes” do SARS-CoV-2, enquanto estudavam pangolins confiscados do comércio ilegal de animais no Vietnã.
Essa descoberta, evidencia que o comércio de animais selvagens pode facilitar a transmissão do coronavírus e de outros. “A eliminação do comércio de pangolins e outros mamíferos e aves selvagens eliminará esse caminho de alto risco para o transbordamento viral e o surgimento de patógenos”, avaliou Nguyen Thi Thanh Nga, principal autora da pesquisa em comunicado.
O mamífero mais traficado do mundo
Segundo o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o pangolim é o animal mais traficado do mundo. Chamado de “tamanduá de escamas”, esse animal é o único mamífero do mundo com escamas verdadeiras, placas encouraçadas feitas de queratina.
Na China, por exemplo, as escamas são usadas para promover a circulação sanguínea e aumentar a lactação em mulheres grávidas, enquanto a carne do pangolim é empregada em tônicos.
Na Nigéria, partes do corpo do animal são utilizadas para tratar doenças físicas e psicológicas, mesmo sem comprovação cientifica, o que contribui ainda mais com a caça indiscriminada.
Embora a venda do mamífero seja proibida pela Convenção sobre o CITES (Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção), desde 2017, as redes criminosas que comercializam o pangolim não param de crescer.
Segundo o National Geographic, em geral, todas as populações de pangolins estão diminuindo em número de animais vivos devido à caça ilegal. No entanto, isso é agravado pela destruição do habitat natural do animal em relação à extração de madeira e ao desmatamento na região.
É por essa razão que o Pnuma considera que o comércio ilegal de espécies também contribui para acelerar a crise da biodiversidade. “É o quarto crime global mais lucrativo, depois do tráfico de armas, drogas e pessoas”, informa o escritório da ONU.
Pangolim em extinção é visto em parque ecológico
Uma espécie de pangolim, conhecido por pangolim-gigante, era classificado como extinto em Senegal, já que não era avistado na região há 24 anos.
Porém, o animal foi visto e fotografado por uma equipe de pesquisadores em um parque ecológico. O registro marcou o primeiro flagrante da espécie no Senegal desde 1999.
O registro ocorreu durante um estudo realizado entre fevereiro e maio de 2023. Armadilhas fotográficas foram estrategicamente colocadas em diferentes pontos do Parque Nacional Niokolo-Koba, no Senegal.