Um vídeo antigo com Gean Loureiro e o prefeito Topázio Neto foi parar na mesa do juiz eleitoral Marcelo Volpato de Souza, que precisou decidir nesta terça-feira um caso daqueles que marca as mudanças nas campanhas eleitorais com a ascenção das redes sociais. A coligação Trabalho e União, liderada pelo candidato a prefeito Dário Berger (PSDB), em Florianópolis, foi à Justiça para pedir que o atual prefeito e candidato à reeleição retire de suas redes sociais vídeo antigo com o ex-prefeito, hoje apoiador de tucano.
O questionamento da campanha de Dário Berger, que tem o União Brasil de Gean Loureiro na coligação, é de que o adversário “passou a divulgar e impulsionar no Facebook e no Instagram um vídeo antigo e descontextualizado gravado com o ex-prefeito Gean Loureiro para passar afalsa informação de que estão trabalhando em conjunto”.
O vídeo foi publicado em 15 de janeiro deste ano nas redes sociais de Topázio e Gean, quando ainda eram aliados. O tema era a continuidade de obras entre suas gestões – Topázio foi eleito vice de Gean em 2020 e herdou o cargo com a renúncia do titular para concorrer a governador em 2022. Nas últimas semanas, o vídeo antigo com Gean passou a ser patrocinado nas redes sociais do atual prefeito, aumentando seu alcance mesmo depois de sete meses da publicação.
Em julho, Gean anunciou o rompimento político com Topázio Neto – entre os motivos alegados está, inclusive, a falta de continuidade nas ações administrativas, tema do vídeo gravado em janeiro.
Juiz nega pedido para Topázio tirar das redes vídeo antigo com Gean
Em sua decisão, o juiz eleitoral Marcelo Volpato de Souza negou o pedido para que o vídeo antigo com Gean seja retirado das redes sociais de Topázio Neto.
“Apesar de o impulsionamento ser recente, fica evidenciado pelo conteúdo que a publicação é antiga. Na época, havia essa aproximação entre o ex e o atual prefeito, de modo que não se trata de informação inverídica”, disse o magistrado.
Volpato de Souza aponta que, como diz a própria campanha de Dário Berger no pedido de liminar, “é notório que não existe mais o apoio de Gean Loureiro a Topázio Neto”, o que reduz as possibilidade de que a peça gere desinformação.
“Cada político deve conviver com suas escolhas e não se pode cogitar que queiram apagar seu histórico de vínculos com determinadas pessoas”, ressaltou o juiz eleitoral.