A Força Aérea Brasileira comunicou nesta terça-feira (13) que as caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo gravaram as vozes da cabine e os dados do voo. O conteúdo pode ajudar os investigadores a decifrar as causas da tragédia, que deixou 62 mortos na sexta-feira (9).
As caixas-pretas começaram a ser analisadas no sábado (10) pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo, que fica em Brasília.
“Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros”, informou a FAB.
Segundo o Cenipa, a previsão é divulgar o relatório preliminar do acidente aeronáutico no prazo estimado de 30 dias. A principal hipótese, por enquanto, é que a formação de gelo na asa tenha causado a queda do avião no interior de São Paulo.
Mas, afinal, o que são as caixas-pretas?
As caixas-pretas são essenciais na investigação de acidentes aéreos. O equipamento é composto por dois gravadores que concentram dados durante o voo e podem indicar falhas humanas, condições climáticas e problemas mecânicos relacionados à tragédia.
O CVR (Cockpit Voice Recorder) grava áudio e registra as conversas na cabine de comando entre o piloto, co-piloto, tripulantes e a torre de controle.
Outro dispositivo que integra as caixas-pretas, chamado de FDR (Flight Data Recorder), é responsável por registrar informações técnicas como velocidade, altitude, pressão, botões acionados e outros.
Os cartões de memória são altamente resistentes, para evitar a perda dos dados em um possível impacto da aeronave. As caixas-pretas são feitas de materiais como titânio e aço, além de serem projetadas para suportar uma temperatura de cerca de 1.000°C.
O equipamento dispõe de sua própria fonte de energia elétrica. No geral, as caixas-pretas ficam na traseira do avião, que costuma sofrer menos danos em acidentes. No caso de pouso na água, emite um sinal de localização que pode ser rastreado até mesmo no fundo do oceano.