As investigações que deram origem à megaoperação contra o tráfico transnacional de drogas na manhã desta terça-feira (13) tiveram origem na apreensão de entorpecentes no Porto Itapoá, no Litoral Norte do Estado, ainda em 2022. A informação foi confirmada pela PF (Polícia Federal).
Segundo o delegado Alessandro Netto, duas cargas de cocaína foram apreendidas naquele ano no terminal portuário durante fiscalização da Receita Federal. As apurações mostraram que um mesmo modus operandi era utilizado.
“Uma das formas que a gente detectou de atuação desse grupo foi a utilização de caminhões com fundos falsos para poder esconder droga. Esses caminhões adentrando sem nenhuma carga para poder contêineres já preparados e já escaneados. Já prontos para serem encaminhados ao exterior”, explica Netto.
O grupo era bastante articulado e oferecia o serviço de transporte de drogas para facções criminosas e grandes traficantes. Saindo da Bolívia, a cocaína chegava ao Brasil por meio terrestre e era destinada para vários portos. Os líderes do grupo criaram um esquema para driblar os scanners da Receita Federal e exportar a droga.
Funcionários de portos ajudavam na exportação das drogas
Segundo a Polícia Federal, funcionários de portos faziam parte do esquema, além de motoristas de empresas de logística com acesso à área portuária. Eles eram aliciados e ajudavam com informações e na operação do transporte dos entorpecentes.
“As facilidades oferecidas pelo tráfico ao funcionário de qualquer porto é muito grande. Eles precisam desse tipo de informação para poder viabilizar essa atuação”, detalha o delegado Alessandro Netto.
A reportagem do Grupo ND procurou o Porto Itapoá para que se manifeste sobre o caso. Em nota, a assessoria afirmou que o terminal “sempre contribuiu com as autoridades”. Leia a íntegra:
“O Porto Itapoá tomou conhecimento da operação da Polícia Federal contra o tráfico de drogas em três estados. O Terminal sempre contribuiu com as autoridades policiais e apoia as operações contra o tráfico de drogas no País”.