Pedido foi feito por meio de Capítulo 11 da Lei de Falências americana, que permite que as empresas passem por uma reestruturação financeira sem a cobrança de credores. Escritório da Avon
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A Avon Products, subsidiária do Grupo Natura para o controle da Avon em outros países, entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, para ter proteção contra seus credores enquanto desenha uma reestruturação financeira.
O processo será feito por meio do Chapter 11 (Capítulo 11, na tradução), um mecanismo da legislação americana semelhante a uma recuperação judicial no Brasil.
Capítulo 11: entenda o que é o mecanismo e a diferença para a recuperação judicial brasileira
Em comunicado enviado ao mercado, a Natura informa que é a maior credora da Avon, mas que continua acreditando no potencial da marca e, por isso, fornecerá auxílio financeiro para a companhia neste período de reestruturação.
Além de um financiamento de US$ 43 milhões (cerca de R$ 236 milhões na atual cotação do dólar), a Natura também pretende comprar a operação internacional da Avon em países fora os Estados Unidos.
“Assim, (a Natura) pretende apoiar as atividades da Avon ao longo do processo de reestruturação, comprometendo-se a fornecer um financiamento de US$ 43 milhões na modalidade DIP e a fazer uma oferta de US$ 125 milhões para adquirir as operações da Avon fora dos Estados Unidos”, informa o grupo.
Um financiamento na modalidade DIP (debit-in-possession) refere-se a um aporte de caixa que ocorre em ambiente protegido sob supervisão judicial.
Ainda segundo o comunicado, nenhum impacto é esperado nas operações da Avon fora dos Estados Unidos. “Isso inclui as operações nos mercados da América Latina, onde a marca Avon é distribuída pela Natura e a integração das duas marcas continua a apresentar um progresso constante.
O que acontece agora?
Com o pedido pelo Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, mecanismo escolhido pela Avon, as dívidas da companhia são suspensas por certo período, a ser determinado e acompanhado pela Justiça.
Com essa suspensão, os credores da empresa ficam impedidos de executar essas dívidas, ou seja, cobrar o valor devido pela Avon.
O objetivo desse mecanismo é permitir que a companhia possa continuar desempenhando suas atividades normalmente e, com um projeto de reestruturação financeiro definido e aprovador pelos seus credores, tenha mais tempo para pagar suas dívidas.
Em entrevista a uma reportagem do g1 sobre o que é o Capítulo 11, Camila Crespi, advogada especialista em reestruturação empresarial do Luchesi Advogados, explica que “a escolha por ingressar com este procedimento visa também, em curto prazo, quitar os credores, bem como fortalecer sua estrutura de capital no longo prazo, com vistas a novos financiamentos”.
No caso da Avon, como já apontado pelo comunicado da Natura, já há em vista uma negociação para que o grupo compre as operações americanas da empresa de cosméticos, a depender da aprovação judicial.