
Pedro Donizete Francisco saiu de Varginha com destino ao Santuário de Aparecida e não foi mais visto quando romaria passava pela serra de Piquete, na divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. Desaparecidos: Pedro Donizeti Francisco, de Varginha, sumiu em março de 2024
Em meio ao drama de não saber o paradeiro do pai e avô querido, a família do Pedro Donizete Francisco ainda teve que sofrer várias decepções de pessoas de má fé que usaram da angústia dos parentes do homem desaparecido para dar golpes ou tentar tirar vantagem.
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Os trotes intensificaram ainda mais o sofrimento da família.
“Antes de ligar para a família ou para alguém, ligue primeiro para a polícia. Porque aí a polícia vai saber informar se é ou não, porque é um sentimento muito ruim porque você cria uma expectativa muito grande”, diz Anieli.
Angústia e decepção
Pedro Donizete Francisco, que tinha 69 anos, foi visto pela última vez em 25 de março de 2024, quando ia a pé com o filho de Varginha (MG) para o Santuário de Aparecida do Norte, com um grupo de romeiros.
No quinto dia de viagem, quando passavam pelo município de Piquete, na divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, o filho se afastou por alguns minutos e, ao voltar, não encontrou mais o pai na trilha.
“Estava indo na casa da Mãe e não voltou mais”, lamenta a neta Anieli Francisco de Souza.
O romeiro Pedro Donizeti Francisco desapareceu quando seguia para Aparecida junto com o filho
Reprodução EPTV
Nos dias que seguiram ao desaparecimento, a família recebeu vários relatos e denúncias sobre o romeiro, mas nenhuma delas se mostrou verdadeira.
Receberam informações de que o idoso estava em Guaratinguetá, Pedrinhas, Aparecida. Em todas elas, os familiares viajavam centenas de quilômetros para, todas as vezes, encontrarem apenas a decepção.
“Na hora que a gente recebia, era um alívio: ‘graças a Deus, alguém viu’. Mas na hora que chegava lá era como o mundo desabando na cabeça”, lamenta o filho Pedro Augusto Francisco.
O primeiro trote foi de uma pessoa que dizia ser de Piquete e ter encontrado Pedro, e que pedia R$ 10 mil para dar mais informações.
“A gente criava expectativa porque quer encontrar ele de todo jeito, seja lá vivo ou morto, a gente quer pelo menos uma notícia dele”, diz a neta.
Romeiro de Varginha (MG) desapareceu na região de Piquete, quando tinha com destino Aparecida (SP)
Reprodução/EPTV
Mesmo após tantos desapontamentos, mais de um ano após o desaparecimento, a família não perdeu a esperança e continua procurando, pregando cartazes e buscando notícias.
“Muita gente fala ‘Ah, pode perder a esperança que vivo que ele não está’. Mas a gente não tem esse sentimento de que ele está morto”, afirma Pedro.
Buscas foram encerradas
As buscas foram encerradas em abril após bombeiros e policiais andarem pelas as trilhas da região com a ajuda de cães farejadores.
“O bombeiro fez duas buscas, no segundo dia encerrou as buscas. E a polícia lá de Piquete, a gente tem que ficar ligando, perguntando. Eu acho que faltou um pouco de apoio”, diz Pedro.
Enquanto notícias verdadeiras não chegam, a família de Pedro convive com a incerteza e a dor. A falta do lavrador abalou a felicidade da família, que sempre foi muito unida e que agora usa essa união para pedir em suas orações notícias de Pedro.
“No Natal a gente reúne a família inteira. Aí esse ano a gente nem se reuniu, cada um ficou na sua casa. Todas as noites a gente vai deitar, a gente pede para mostrar ele para a gente, através de sonho, ou um milagre mesmo e ele vir até a gente ou ele procurar ajuda se ele tiver andando, ele procurar ajuda pela gente”, diz Pedro.
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