Protestos se alastram pelos EUA; Texas mobiliza Guarda Nacional

Protestos contra a polícia migratória do governo Trump começaram no fim de semana, em Los AngelesX/Reprodução

As manifestações contra as políticas migratórias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a atuação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), estão se espalhando por todo o território norte-americano.

No Texas, segundo informações do jornal USA Today, o governador Greg Abbott já anunciou a mobilização da Guarda Nacional na região, medida que acaba aumentando a tensão nacional.

A medida foi tomada após a divulgação de manifestações em vários pontos do país, no próximo sábado (14), dia em que o presidente realiza uma parada militar em Washington e comemora seu aniversário.

A organização do movimento, que está sendo chamado de “No Kings Day” (que traduzido para o português é Sem Dia de Reis,) afirma que serão os maiores e mais difundidos protestos desde que Trump assumiu o cargo. Eles defendem manifestações pacíficas.

Em Los Angeles, onde os protestos começaram no fim de semana, a prefeita Karen Bass Bass declarou toque de recolher parcial nesta terça-feira (10), das 20h às 6h, hora local, na área central da cidade, incluindo a região da prefeitura e edifícios federais onde alguns imigrantes detidos foram mantidos.

O objetivo é acabar com saques e vandalismo em andamento ligados aos protestos.

A polícia pediu na quarta-feira que empresas e moradores documentem e relatem danos e vandalismo, enquanto as autoridades se preparavam para um sexto dia de manifestações.

Cerca de 2 mil homens da Guarda Nacional estão atuando nas operações e mais 2 mil, além de 700 fuzileiros navais, estão sendo preparados para se juntarem a eles.

Tensão no Texas

O governador do Texas, Greg Abbott, um republicano e aliado de Trump, disse que enviará tropas da Guarda Nacional para “garantir a paz e a ordem” no estado.

A decisão de Abbott veio depois que manifestantes em Austin entraram em confronto com a polícia, na segunda-feira (9) e também depois do anúncio da mobilização nacional de sábado.

“O protesto pacífico é legal. Prejudicar uma pessoa ou uma propriedade é ilegal e levará à prisão”, disse ele em um post para X.

O democrata Ron Nirenberg, prefeito de San Antonio, cidade texana, disse que tem conhecimento dos protestos que estão sendo organizados no sábado, mas que não solicitou a Guarda Nacional e nem recebeu aviso prévio sobre o governador sobre o envio de tropas.

Em coletiva, Nirenberg pediu aos manifestantes que exerçam seu direito à liberdade de expressão de forma legal e pacífica.

Manifestações se alastram

As manifestações vêm se alastrando por todo o país.

Em Nova York, ainda segundo o USA Today, centenas se reuniram perto do principal tribunal de imigração da cidade, na terça-feira (10), e 86 pessoas sendo levadas sob custódia, de acordo com o Departamento de Polícia de Nova York.

No Colorado, uma manifestação na capital do estado atraiu centenas de manifestantes que marcharam pacificamente pelo centro da cidade, informou a CRP News.

Quase 20 pessoas foram detidas, sob acusações de obstrução de ruas e assaltos.

Na Filadélfia, mais de 150 manifestantes se reuniram no Centro Federal de Detenção, na região central, segundo os meios de comunicação locais. Além de feridos, 12 pessoas foram detidas.

Mas nem todos as manifestações foram marcadas por prisões e confrontos entre a polícia e os manifestantes. Em Ohio, cerca de 250 pessoas protestaram no centro de Columbus, cruzando em frente à sede da polícia local e à prefeitura, sem incidentes.

Confronto político

Diante do crescimento do manifesto contra as políticas migratórias, a Casa Branca subiu o tom.

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete de Trump, classificou as manifestações como “confronto político, com uma tentativa de anular a eleição de 2024”.

“Os Estados Unidos votaram por deportações em massa. Insurrecionários violentos e os políticos que os capacitam, estão tentando derrubar os resultados da eleição”, escreveu Miller, nas redes sociais.

Já o presidente Trump chamou os protestos de “motins sem lei”.

Ele foi criticado em um discurso público na noite de terça-feira pelo  governador da Califórnia. Gavin Newsom, que condenou o envio de soldados da Guarda Nacional e fuzileiros navais, classificado por ele como uma medida desnecessária, ilegal e politicamente motivada.

Trump reagiu nas redes sociais: “O governador da Califórnia não conseguiu fornecer proteção em tempo hábil quando nossos oficiais são atacados por uma multidão fora de controle, de agitadores, encrenqueiros e insurrecionistas”.

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