
Anulação ocorre a pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO). Órgão afirma que foi constatado que os acusados e advogados mantiveram contato direto com jurados. Ex-prefeito de Estrela do Norte é morto a tiros dentro de motel em Goiás
A Justiça anulou o júri que condenou o político Wellington José de Almeida a 16 anos de prisão por matar o ex-prefeito de Estrela do Norte Geraldo Nicolau Filho, em outubro de 2015, em um motel na BR-153, em Mara Rosa, na região norte de Goiás. A anulação ocorre após pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) por causa de uma suposta influência dos jurados.
Ao g1, a defesa de Wellington José e da esposa dele, também envolvida no processo, esclareceu que os advogados que supostamente violaram a incomunicabilidade dos jurados, causando a anulação do júri, não atuam mais no caso. Quanto aos réus, a defesa disse, em nota, que considera desnecessário o decreto de prisão emitido pelo MP-GO contra o casal, após o alvará de soltura de Wellington, em decorrência da anulação do júri (confira a nota completa ao final da reportagem).
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Segundo o MP-GO, houve violação à incomunicabilidade dos jurados, um princípio básico para o júri popular ocorrer de forma legítima. O órgão afirma que foi constatado que os acusados e advogados mantiveram contato direto com jurados, apresentando argumentos da defesa para influenciar o resultado do julgamento, que foi realizado em novembro de 2024.
Diante do pedido de anulação do MP-GO, a Justiça de Goiás entendeu que houve imparcialidade no julgamento e anulou o júri na terça-feira (3). Assim, será realizado um novo júri com outro conselho. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que ainda não uma data para realizar o novo júri.
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Ex-prefeito Geraldo Nicolau Filho foi morto em pátio de motel de Mara Rosa, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Relembre o caso
Geraldo Nicolau Filho era ex-prefeito de Estrela do Norte quando foi morto a tiros em 2015, dentro de um motel na zona rural de Mara Rosa. As imagens das câmeras de monitoramento mostram quando o ex-prefeito é cercado por três pessoas no pátio do motel. Segundo o delegado, eram dois homens e uma mulher. O ex-prefeito foi baleado, tentou correr, mas foi atingido por mais disparos e caiu no chão.
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Na época, o delegado André Medeiros informou ao g1 que Welligton, então prefeito de Estrela do Norte, era um dos suspeitos de cometer o crime.
Segundo o MP-GO, Geraldo teria sido atraído ao local por uma cunhada de Wellington, com quem a vítima tinha um relacionamento extraconjugal. Ele foi alvejado com oito disparos de arma de fogo efetuados por Wellington e pelo irmão dele, Waldivino José de Almeida, que foi condenado pelo crime. O g1 não conseguiu localizar a defesa dele até a última atualização dessa reportagem.
Conforme a investigação, o então prefeito Wellington teria ficado sabendo, por sua esposa, Elaine Cristina Vaz, da traição de Anésia Xavier, cunhada de Wellington, com o ex-prefeito Geraldo. Wellington e Geraldo eram desafetos políticos.
Cerca de um mês após a morte de Geraldo, a cunhada de Wellington se entregou à polícia em novembro de 2015. Em depoimento, ela confirmou que estava com Geraldo no motel e disse que mantinha um relacionamento com ele. Entretanto, negou que tenha ajudado a planejar o assassinato. Ao g1, a defesa de Anésia esclareceu que ela não responde pela morte de Geraldo, pois no processo foi comprovado que não houve participação dela no crime.
“Na época dos fatos, ela chegou a ser presa, porém, após os esclarecimentos necessários, restou comprovado sua inocência, por isso foi solta, bem como sequer foi denunciada”, disse o advogado de Anésia, João Paulo Gomes.
A esposa de Wellington, a então primeira-dama de Estrela do Norte, também era uma das suspeitas pelo crime. Em junho de 2023, ela foi condenada a 14 anos de prisão por participação na morte de Geraldo Nicolau, informou o MP-GO, autor da denúncia contra ela. Porém, segundo a defesa, esse julgamento foi anulado após um recurso. Entretanto, em 2024, Elaine foi absolvida após um novo tribunal do júri, o mesmo que condenou o marido dela.
Segundo o MP-GO, Wellington recebeu alvará de soltura na terça-feira (3), após a anulação do júri. Mas foi reconduzido à prisão, a pedido do MP-GO pela prisão preventiva dele e da esposa dele, Elaine. A ex-primeira-dama foi presa nas imediações da unidade prisional em Uruaçu ao aguardar Wellington para levá-lo para casa.
Nota a Imprensa
A defesa dos Réus Wellington José de Almeida e Elaine Cristina Vaz, lamenta e repudia as excrescências lançadas no arbitrário é desnecessário decreto prisional, todo ele eivado de afirmações desafetas da verdade, suposições levianas e extremamente irresponsáveis.
A defesa informa que todas as providências jurídicas já estão sendo tomadas. Por fim, reafirma o compromisso dos acusados com a verdade e com a justiça.
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