Filho que manteve cadáver do pai no RJ discutiu com ele sobre conta bancária, dizem testemunhas

Filhos mantiveram cadáver do pai deitado na cama por ao menos 6 meses

Em processo de esqueletização, cadáver do pai pode ter sido mantido pelos filhos por mais de seis meses – Foto: Reprodução/Cidade Alerta/ND

Vizinhos dos irmãos presos na quarta-feira (21) por manter o cadáver do pai em casa há pelo menos seis meses, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, prestaram depoimento à polícia. Eles afirmam que o idoso de 88 anos não é visto desde novembro de 2023.

O corpo do italiano Dario Antônio Rafaele D’Otavio foi encontrado em estado avançado de decomposição, deitado sobre a cama. Os filhos Tânia e Marcelo tentaram impedir a entrada da Polícia Civil, que precisou arrombar a porta da casa.

A principal hipótese é de que os filhos tenham mantido o cadáver do pai para usufruir da aposentadoria. Os irmãos não possuem ocupação remunerada, no entanto, aparelhos eletrônicos recém-comprados levantaram suspeita.

Testemunhas relataram à polícia na quinta-feira (22) que Marcelo teve uma discussão com o pai em 2023, antes do desaparecimento do idoso. Durante a briga, o filho pediu o cartão do banco e a senha de Dario, que se recusou a entregar.

Irmãos teriam vedado janelas e portas para que vizinhos não sentissem o cheiro do cadáver do pai - Reprodução/RecordTV/ND

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Irmãos teriam vedado janelas e portas para que vizinhos não sentissem o cheiro do cadáver do pai – Reprodução/RecordTV/ND

Filhos que mantiveram cadáver do pai em decomposição teriam se apropriado da aposentadoria dele - Reprodução/RecordTV/ND

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Filhos que mantiveram cadáver do pai em decomposição teriam se apropriado da aposentadoria dele – Reprodução/RecordTV/ND

Laudo pericial deve revelar se o idoso morreu de causas naturais ou foi vítima de homicídio - Reprodução/RecordTV/ND

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Laudo pericial deve revelar se o idoso morreu de causas naturais ou foi vítima de homicídio – Reprodução/RecordTV/ND

Filha teria desenvolvido transtorno ao ser mantida em cárcere privado pelo irmão e dormir com o cadáver do pai - Reprodução/RecordTV/ND

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Filha teria desenvolvido transtorno ao ser mantida em cárcere privado pelo irmão e dormir com o cadáver do pai – Reprodução/RecordTV/ND

“Um vizinho já relatou para a gente que o próprio Marcelo alega ter matado o pai”, disse o delegado Felipe Santoro.

“A gente acredita que tem um interesse financeiro, mas ainda vamos analisar todos esses fatos para conseguir elucidar essa tragédia, esse crime bárbaro”, garantiu.

O delegado solicitou a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva, pedido que será analisado em audiência de custódia nesta sexta-feira (23).

Vizinha acionou a polícia ao notar sumiço do idoso

Moradores da Ilha do Governador começaram a suspeitar do desaparecimento do idoso, figura querida na região. Dario Antônio Rafaele D’Otavio costumava passar o dia no portão de casa.

“Ele sumiu, não ficava mais na janela. O filho dele gritava muito porque é doente e eu vi que essa gritaria, a voz do Seu Dario, não apareceu mais. Então eu fiquei muito apavorada, comecei a procurar pessoas que pudessem investigar”, lembra Débora, vizinha da família há 30 anos.

Filhos de Dario foram presos por ocultar o cadáver do pai

O italiano Dario Antônio Rafaele D’Otavio era querido pela comunidade e prisão dos filhos causou comoção no bairro – Foto: Reprodução/RecordTV/ND

Ela denunciou os maus-tratos e esperou um ano, até que a polícia obteve um mandado de busca e apreensão para entrar na residência na quarta-feira.

O delegado Felipe Santoro aponta que os irmãos vedaram portas e janelas para evitar que o cheiro de decomposição do cadáver do pai se espalhasse pelo bairro.

“Portanto, os vizinhos não perceberam o odor característico de uma pessoa morta no interior do imóvel, mas notaram a ausência do senhor Dario aqui na rua. Ele era uma pessoa bastante comunicativa e querida, e sempre estava na porta da residência”, relata.

Filha teria dormido no mesmo quarto que o cadáver do pai

Segundo o delegado, Tânia e Marcelo apresentaram “traços de psicopatia” e foram internados em um hospital municipal na Ilha do Governador. Os investigadores apuram o grau de discernimento dos irmãos que ocultaram o cadáver do pai.

“O que nos choca ainda é a convivência dos filhos há pelo menos seis meses naquele ambiente totalmente insalubre. A gente acredita inclusive que a filha Tânia dormia no mesmo quarto que o pai”, revela Felipe Santoro.

Quarto onde filhos mantinham cadáver do pai em decomposição

Filhos teriam vedado frestas de portas e janelas para mascarar o cheiro de putrefação – Foto: Reprodução/RecordTV/ND

Tânia teria sido mantida em cárcere privado pelo irmão e desenvolveu um possível transtorno psicológico. Os suspeitos presos por manter o cadáver do pai em casa foram internados no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, e serão avaliados.

Peritos do IML (Instituto Médico Legal) examinarão o corpo para determinar a causa e data da morte. Além de ocultação de cadáver, os irmãos podem responder por homicídio, caso seja comprovado que mataram Dario Antônio Rafaele D’Otavio.

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