
A indústria da construção civil gerou R$ 484,2 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços e empregou 2,5 milhões de pessoas nas 165,8 mil empresas do setor, com uma massa salarial paga de R$ 89,6 bilhões em 2023. Os dados constam da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quinta-feira (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na série histórica entre 2014 e 2023, serviços especializados para construção apresentou o único aumento de participação no valor de obras entre os segmentos, de 17,8% para 24%. Nos outros segmentos, a participação no valor total de obras de construção de edifícios diminuiu de 43,9% para 39,8%, enquanto as obras de infraestrutura recuaram de 38,3% para 36,3%.
Isso pode ser reflexo de uma crescente demanda por expertise técnica e serviços de alta especialização na execução de projetos de construção. Apesar do crescimento, esse segmento manteve-se como o terceiro da indústria”, explica Marcelo Miranda, analista da pesquisa, detalhando que os serviços especializados podem ser pintura ou instalação de tubulação, entre outros, geralmente sublocados em grandes projetos por empresas maiores.
Queda de 14,7% dos postos de trabalho Em relação aos postos de trabalho, as 2,5 milhões de pessoas empregadas representaram uma redução de 14,7% (-425,4 mil) frente a 2014. A ocupação se dividiu da seguinte forma: 37,6% trabalhando na construção de edifícios; 32,8%, em serviços especializados para construção; e 29,6%, em obras de infraestrutura. Mas, na comparação com 2022, houve aumento, pois eram 2,3 milhões de pessoas ocupadas.
Nos últimos 10 anos, houve mudança significativa na distribuição de empregos entre esses setores. O segmento de obras de infraestrutura perdeu espaço, passando do segundo para o terceiro lugar, enquanto serviços especializados para construção cresceram, aproximando-se do segmento de construção de edifícios, que permaneceu como o principal empregador ao longo de quase todo o período”, destaca Miranda.
Em termos absolutos, a supressão de 425,4 mil postos de trabalho foi influenciada pela redução de pessoas ocupadas nam construção de edifícios, com baixa de 273,4 mil trabalhadores (-22,8%), mas ainda o segmento de maior relevância no que diz respeito à empregabilidade. Serviços especializados para construção foi o segundo maior segmento em termos de pessoal ocupado, com 809,8 mil pessoas em 2023, crescimento de 4% em relação a 2014.
Parte da perda de postos de trabalho ainda reflete o movimento da pandemia. “A empregabilidade da indústria da construção tem demonstrado recuperação ao longo dos últimos anos. Entre 2019, ano pré-pandemia da covid-19, e 2023, o número de pessoas ocupadas aumentou em 559,5 mil, ou 29,4%”, afirma Marcelo Miranda.
Empresas de obras de infraestrutura são as de maior porte e salário médio A média de funcionários da indústria da construção foi de 15 pessoas por empresa, que receberam, em média, 2,1 salários mínimos mensais. As empresas de obras de infraestrutura tinham maior porte (43 funcionários em média) e maior salário médio mensal (2,6 mínimos) entre os três grandes segmentos. No entanto, foi o que apresentou maior queda nos salários médios pagos nos últimos 10 anos, considerando-se o valor de 3,7 salários mínimos em 2014.
Serviços especializados para construção registraram a menor média de funcionários (10 pessoas) e salário médio mensal de dois mínimos. Construção de edifícios, segmento com o maior número de empregados, registrou 14 pessoas ocupadas por empresa, recebendo pouco abaixo disso. “Após a diminuição nos salários médios pagos a partir de 2014, influenciado principalmente pela redução deste indicador no segmento de Obras de infraestrutura, o salário médio atingiu relativa estabilidade nos últimos quatro anos”, pontua.
Participação do setor público segue abaixo de 2014 Em 2023, o setor público registrou um aumento de 1,2 ponto percentual de participação no valor de obras em relação a 2022, representando 31,6% do total. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo segmento de construção de edifícios, no qual a participação do setor público atingiu 24,7% em 2023, um aumento de 5 pontos em relação ao ano anterior.
É importante destacar que, analisando os últimos 10 anos, o setor público perdeu espaço, passando de 33,9% de participação em 2014 para 31,6% em 2023, com destaque para o segmento de Obras de infraestrutura, que perdeu 5,2 pontos percentuais no período”, afirma Miranda.
The post Construção civil empregou 2,5 milhões de pessoas e pagou R$ 89,6 bilhões em salários first appeared on GPS Brasília – Portal de Notícias do DF.