
O caso aconteceu no interior de SP, no último sábado (10), na véspera do Dia das Mães, quando mãe e bebê passeavam na rua. A família chegou a acionar a polícia, mas ninguém foi responsabilizado. Pescoço de bebê fica ferido após ser atingido por linha chilena
Arquivo pessoal
Um bebê de apenas 11 meses ficou ferido após ter o pescoço atingido por uma linha chilena em Guaratinguetá. Proibido em todo o estado de São Paulo, esse tipo de linha é usado de forma irregular em pipas por ser cortante.
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O caso aconteceu no último sábado (10), na véspera do Dia das Mães, mas vem repercutindo na cidade ao longo desta semana. Isabela Souza, mãe do bebê de 11 meses, disse ao g1 que o acidente aconteceu quando eles estavam passeando na rua do condomínio em que moram, na avenida São Dimas.
“Eu costumo passear com o meu filho no fim de tarde, empurrando ele em um triciclo infantil. Nesse dia eu percebi que fora do condomínio tinham vários meninos empinando pipa. E, durante o passeio, meu filho começou a chorar muito, do nada, e aí percebi que ele tinha encostado em uma linha chilena que ficou presa em uma planta do condomínio”, contou.
Arquivo – Linha chilena presa em uma árvore
Reprodução/TV Globo
Isabela lembra que o pescoço do filho começou a sangrar na hora. Ela limpou a região e viu que foi um corte superficial e preferiu não levá-lo ao hospital. Apesar disso, a pele segue com uma cicatriz.
Por conta do susto, Isabela chamou a polícia. Uma equipe da Polícia Militar foi até o local, mas não havia mais ninguém empinando pipa e nenhuma outra linha foi encontrada. Por não haver flagrante, os policiais a orientaram a registrar um boletim de ocorrência.
“Foi um susto muito grande. Eu já tinha ouvido falar de acidentes graves com a linha chilena e fiquei desesperada. Poderia ter sido uma tragédia. Eu quase perdi o Dia das Mães”, lembra Isabela.
Pescoço de bebê fica ferido após ser atingido por linha chilena
Arquivo pessoal
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que o boletim de ocorrência foi registrado, como lesão corporal. O caso é investigado.
Mesmo com o filho bem, Isabela Souza decidiu criar uma petição para cobrar fiscalização por parte das autoridades.
“É uma linha que corta mesmo. Depois que meu filho se machucou, eu coloquei a mão para tirar da frente dele e também me machuquei. É muito perigoso, por isso é proibido, mas a gente não vê ninguém fiscalizando”, avaliou.
Por meio de nota, a Prefeitura de Guaratinguetá informou que faz fiscalização periódica em estabelecimentos comerciais que promovam venda de fios e linhas.
A prefeitura ressaltou a importância de a população denunciar caso flagre o uso ou venda de cerol e linha chilena. O telefone para denúncia é (12) 3128-7700.
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Proibição de linhas cortantes
No estado de São Paulo, desde 2019 que uma lei proíbe o cerol e outros materiais cortantes que possam ser aplicados nas linhas. A proibição abrange o uso, a posse, a fabricação e a comercialização da mistura, também conhecida como linha chilena.
Caso a lei seja descumprida, a pessoa que usar o cerol pode ter que pagar multa de quase R$ 2 mil. No caso do estabelecimento que descumprir a regra, a multa pode chegar a R$ 132 mil.
São proibidas, por exemplo, esses três principais tipos de linhas cortantes:
Linha com cerol: é a mais tradicional e usada há muitos anos. É feita com cola e vidro moído.
Linha chilena: é feita com linha de algodão, mas tem a mistura do óxido de alumínio e pó de quartzo, que são substâncias mais cortantes.
Linha indonésia: é uma linha sintética, de náilon, feita com carbeto de silício e uma cola instantânea, chamada de cianoacrilato.
A venda e o uso de qualquer tipo de linha cortante é considerado crime.
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