

A forças das águas nas cidades submersas brasileiras são exemplo do impacto humano na natureza – Foto: Pixabay/Reprodução/ND
As cidades submersas no Brasil contam histórias de perdas, saudades, memórias e reconstruções silenciosas, apagadas pelo avanço das hidrelétricas.
De igrejas engolidas a ruínas que ressurgem em tempos de seca, essas localidades revelam o impacto humano e ambiental por trás da busca por energia.
As cidades submersas do Brasil que desapareceram sob os rios
Centenas de cidades brasileiras foram completamente cobertas pelas águas nas últimas décadas. A maioria deu lugar à construção de grandes usinas hidrelétricas.
Com isso, surgiram as chamadas cidades submersas, locais que existiram oficialmente, mas hoje estão escondidos no fundo de rios e lagos artificiais, criados por humanos.
Petrolândia, Pernambuco
A antiga cidade de Petrolândia, Pernambuco, foi inundada na década de 80 para a criação da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga. Um dos marcos mais impressionantes é a igreja submersa do Sagrado Coração, que virou atração turística quando parte de sua estrutura reapareceu em 2014.
Itá, Santa Catarina
No sul do Brasil, a pequena cidade de Itá também entrou para a lista de cidades submersas após a construção de uma usina no início dos anos 2000.
O Velho Chico e suas cidades submersas
O Rio São Francisco foi palco do desaparecimento de várias cidades inteiras. No norte da Bahia, Pilão Arcado, Remanso, Casa Nova e Sento Sé foram cobertas pelas águas para dar lugar à Usina de Sobradinho, uma das maiores do mundo.
O impacto humano foi gigantesco: mais de 100 mil pessoas precisaram abandonar suas casas. Muitos nunca conseguiram se adaptar à nova realidade.
Jaguaribara, Ceará
A cidade de Jaguaribara foi inundada para a construção do açude Castanhão, no Ceará. Uma nova Jaguaribara foi planejada e construída, mas o peso emocional de perder toda uma cidade ainda é sentido por seus moradores.
Cidades brasileiras que podem desaparecer até 2100
Um levantamento da Climate Central, com dados da NASA, alerta que até 2100 diversas regiões brasileiras podem sofrer com o aumento do nível do mar. As cidades em risco incluem:
- Porto Alegre (RS);
- Belém (PA);
- Fortaleza (CE);
- Santos (SP);
- Cabo Frio (RJ);
- Ilha do Marajó (PA);
- Oiapoque (AP);
- Pelotas (RS).
O relatório do IPCC projeta que até 72 milhões de pessoas precisarão deixar áreas costeiras até 2100 por conta do aumento do nível do mar, podendo se tornar refugiados climáticos.