

Semelhanças entre as mortes da professora envenenada e da irmã do médico intrigam a polícia – Foto: Divulgação/ND
A Justiça de Pontal, em São Paulo, autorizou a exumação do corpo de Nathalia Garnica na quarta-feira (14). Ela era irmã de Luiz Antônio Garnica, médico preso por suspeita de matar a esposa Larissa Talle Leôncio Rodrigues em Ribeirão Preto.
A professora envenenada foi encontrada morta em 22 de março, pouco mais de um mês após a morte da cunhada, em 9 de fevereiro. Até então, o óbito de Nathalia Garnica era atribuído a causas naturais, mas passou a ser investigado pela possibilidade de envenenamento.
Segundo a Polícia Civil, a exumação do corpo deve ocorrer nos próximos dias. A irmã de Luiz está enterrada no cemitério de Pontal, mesmo túmulo em que Larissa foi sepultada.
As semelhanças entre as mortes intrigaram os investigadores. A mãe do médico, Elizabete Arrabaça, esteve na cena do crime nas duas ocasiões, e ele realizou massagem cardíaca em ambas as vítimas.
“A diferença de tempo entre a morte de uma e da outra é pouco mais de um mês. Era uma menina nova também. A Elizabete encontrou a filha, e o Luiz foi para lá e fez massagem cardíaca na irmã. As circunstâncias foram bem semelhantes”, destaca o delegado Fernando Bravo.
Tudo que se sabe sobre a morte da professora envenenada com chumbinho em SP
Luiz Antônio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, estão presos desde o dia 6 de maio por suspeita de envolvimento no caso da professora envenenada. A sogra de Larissa teria sido a última a vê-la com vida, na noite anterior à morte.
Ao deixar a casa da amante na manhã de 22 de março, o médico encontrou a esposa caída no banheiro do apartamento onde moravam. A guarda civil metropolitana acionada por volta das 10h40.

O médico Luiz Antônio Garnica foi flagrado no cinema com a amante na véspera da morte da esposa – Foto: Reprodução/Domingo Espetacular/ND
Ele teria tentado reanimá-la até a chegada da equipe do Samu, que constatou o óbito. Os socorristas notaram a rigidez do corpo e o cheio forte de limpeza no apartamento.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), realizado às 17h45 do mesmo dia, revelou que a professora envenenada estava morta havia 12 horas do início do exame.
“A participação dele ficou bem evidente para nós pela forma que ele encontrou a Larissa. Ela já estava com rigidez cadavérica e ele tentava limpar o apartamento como se fosse tentar desfazer as provas para a perícia técnica não detectar uma prova contra ele”, ressalta o delegado Fernando Bravo.

Professora envenenada contou aos amigos que estava com dor de barriga e que tomou sopa feita pela sogra – Foto: Reprodução/Domingo Espetacular/ND
Segundo a investigação, a sogra teria ligado para uma amiga pedindo ajuda para encontrar chumbinho. Elizabete ainda preparou sopas para a nora ao longo da semana, o que indica que o envenenamento foi gradual. Com diarreia e vômitos, Larissa contou aos amigos que foi medicada pelo marido.
“Nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando o chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte, então isso nos trouxe uma segurança que ela juntamente com o filho mataram a Larissa”, afirma o delegado.
O advogado Matheus Fernando da Silva, que representa a família da professora envenenada, afirmou que a conta bancária da vítima foi movimentada após sua morte. Ela havia recebido recentemente o seguro de vida da mãe.

Sogra estava procurando chumbinho duas semanas antes da morte de Larissa, revela polícia – Foto: Reprodução/Cidade Alerta/ND
Testemunhas afirmam que Larissa havia acabado de descobrir a traição do marido e pediu o divórcio, o que Luiz não aceitou. O Ministério Público solicitou que a amante do médico prestasse um novo depoimento à Polícia Civil na quarta-feira (14), com objetivo de apurar se o encontro dos dois foi planejado para servir de álibi na noite da morte.
Ao ND Mais, o advogado Júlio Mossin, que representa Luiz Antônio Garnica, afirmou que não dará entrevista por ora porque não teve acesso aos autos. “Mas adianto que o Luiz não matou a esposa e nem concorreu para tanto, sendo sua prisão ilegal”, ressaltou.
Em nota no dia 7 de maio, a defesa de Elizabete Arrabaça disse que “não foi dado acesso ao inteiro teor da investigação para as defesas, sob o argumento que ainda existem diligências em andamento”.
O advogado Bruno Corrêa Ribeiro antecipou que entrará com pedido de habeas corpus para a revogação da prisão temporária de Elizabete, alegando problemas de saúde e risco à vida.