

O médico Luiz Antônio Garnica foi flagrado no cinema com a amante na véspera da morte da esposa – Foto: Reprodução/Domingo Espetacular/ND
O Ministério Público solicitou que a amante de Luiz Antônio Garnica, médico preso por suspeita de matar professora envenenada com chumbinho em Ribeirão Preto, preste novo depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (14).
A esposa de Luiz, Larissa Talle Leôncio Rodrigues, foi encontrada morta dentro do apartamento do casal na manhã de 22 de março. O laudo toxicológico confirmou a presença de chumbinho no corpo da professora de pilates.
A amante do médico é considerada peça chave na investigação. Luiz Antônio Garnica mantinha um relacionamento com a estudante de 26 anos há um ano e meio. A esposa teria descoberto a traição e pedido o divórcio antes de morrer.
O Ministério Público busca apurar se a amante serviu como álibi para o suspeito na noite do crime. O médico foi ao cinema com a jovem e passou a noite na casa dela. Ao voltar para casa na manhã seguinte, em 22 de março, encontrou a professora envenenada já sem vida no chão do banheiro.
A estudante de 26 anos depôs à polícia em 11 de abril e teve o celular apreendido. Os agentes encontraram a jovem no apartamento do casal ao cumprir mandados de busca e apreensão, o que levantou suspeitas.
Chumbinho e traição: o que se sabe sobre professora envenenada em SP
Luiz Antônio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, estão presos desde o dia 6 de maio por suspeita de envolvimento no caso da professora envenenada. A sogra de Larissa teria sido a última a vê-la com vida, na noite anterior à morte.
Ao deixar a casa da amante na manhã de 22 de março, o médico encontrou a esposa caída no banheiro do apartamento onde moravam. A guarda civil metropolitana acionada por volta das 10h40.
Ele relatou que tentou reanimá-la até a chegada da equipe do Samu, que constatou o óbito. Os socorristas notaram a rigidez do corpo e o cheio forte de limpeza no apartamento.

Professora envenenada contou aos amigos que estava com dor de barriga e que tomou sopa feita pela sogra – Foto: Reprodução/Domingo Espetacular/ND
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), realizado às 17h45 do mesmo dia, revelou que a professora envenenada estava morta havia 12 horas do início do exame.
“A participação dele ficou bem evidente para nós pela forma que ele encontrou a Larissa. Ela já estava com rigidez cadavérica e ele tentava limpar o apartamento como se fosse tentar desfazer as provas para a perícia técnica não detectar uma prova contra ele”, ressalta o delegado Fernando Bravo.
Segundo a investigação, a sogra teria ligado para uma amiga pedindo ajuda para encontrar chumbinho. Elizabete ainda preparou sopas para a nora ao longo da semana, o que indica que o envenenamento foi gradual. Com diarreia e vômitos, Larissa contou aos amigos que foi medicada pelo marido.

O médico e a mãe, Elizabete Arrabaça, tiveram a prisão temporária decretada – Foto: Reprodução/Domingo Espetacular/ND
“Nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando o chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte, então isso nos trouxe uma segurança que ela juntamente com o filho mataram a Larissa”, afirma o delegado.
O advogado Matheus Fernando da Silva, que representa a família da professora envenenada, afirmou que a conta bancária da vítima foi movimentada após sua morte. Ela havia recebido recentemente o seguro de vida da mãe.
A Polícia Civil vai pedir a exumação do corpo da irmã do médico, Nathalia Garnica, que morreu cerca de um mês antes de Larissa em circunstâncias semelhantes. Os investigadores querem averiguar se a morte da irmã, até então atribuída a causas naturais, também foi provocada por envenenamento.

Inquérito pode ser instaurado para confirmar se Nathalia Garnica também foi envenenada, após morte de Larissa Rodrigues – Foto: Divulgação/ND
Ao ND Mais, o advogado Júlio Mossin, que representa Luiz Antônio Garnica, afirmou que não dará entrevista por ora porque não teve acesso aos autos. “Mas adianto que o Luiz não matou a esposa e nem concorreu para tanto, sendo sua prisão ilegal”, ressaltou.
Em nota no dia 7 de maio, a defesa de Elizabete Arrabaça disse que “não foi dado acesso ao inteiro teor da investigação para as defesas, sob o argumento que ainda existem diligências em andamento”.
O advogado Bruno Corrêa Ribeiro antecipou que entrará com pedido de habeas corpus para a revogação da prisão temporária de Elizabete, alegando problemas de saúde e risco à vida.