O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, vinha enfrentando uma dura batalha contra um câncer de esôfago, diagnosticado em abril de 2024.
O atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, anunciou a morte de Mujica aos 89 anos, nesta terça-feira (13). Anteriormente, O ex-presidente anunciou que optou por suspender os tratamentos no início deste ano, após a doença se espalhar pelo corpo e comprometer também o fígado.
A confirmação de que o quadro era irreversível veio em janeiro, quando o próprio Mujica, em entrevista ao semanário uruguaio Búsqueda, revelou que não resistiria aos efeitos de novos tratamentos devido ao seu estado de saúde. “O câncer no esôfago está se espalhando em meu fígado. Não consigo impedir isso com nada”, afirmou na ocasião.
Além da idade avançada, o ex-presidente convivia há mais de duas décadas com uma doença autoimune que afetava seus rins, dificultando qualquer possibilidade de quimioterapia ou cirurgia. Ele chegou a se submeter a 32 sessões de radioterapia, mas os efeitos colaterais agravaram sua condição renal, levando a múltiplas internações e procedimentos médicos ao longo do último ano.
Em janeiro, Mujica declarou que havia decidido encerrar os tratamentos e pediu aos médicos que poupassem sua família de mais sofrimento. “Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”, disse, em tom de despedida.
Desde então, ele se manteve afastado da vida pública e passou a viver de forma reclusa em sua chácara em Rincón del Cerro, na zona rural de Montevidéu. O local, que simboliza seu modo de vida simples, foi onde recebeu visitas pontuais de aliados e alguns veículos de imprensa.
Na véspera de sua morte, a esposa de Mujica, a ex-senadora Lucía Topolansky, confirmou à Rádio Sarandí que o ex-presidente estava em estágio terminal.
A despedida de Pepe Mujica marca o fim de uma trajetória marcada pela coerência, humildade e luta em defesa das causas sociais.
