Maré alta afetou região central da cidade – Foto: Reprodução/Internet/ND
A cada maré alta, a cidade de Joinville vê se repetir a mesma cena: ruas alagadas mesmo sem qualquer sinal de chuva. Não foi diferente nessa segunda-feira (28), quando alagamentos foram registrados em bairros como Comasa, Boa Vista e Guanabara, além de pontos no Centro.
Mas afinal, por que Joinville é tão suscetível a esse fenômeno? Para entender melhor a questão, a reportagem do portal ND Mais conversou com o geógrafo e doutor em Utilização e Conservação dos Recursos Naturais pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Rafael Brito Silveira.
De acordo com Rafael, a localização da cidade é um dos fatores que contribuem para que Joinville seja afetada com frequência pelo aumento do nível do mar. Além disso, rios “enclausurados” em meio à cidade acabam tendo mais dificuldade para escoamento, inundando ruas e casas próximas.
“Por si só, rios de planície costeira já têm vazão mais baixa. Mas quando você pega rios que têm condições como muito resíduo no leito do rio, muita areia, muito assoreamento, isso dificulta o escoamento do rio, explica Brito.
A geografia da cidade também leva a outro fator que contribui para aumentar o impacto das marés, o chamado empilhamento das águas oceânicas. “Esse empilhamento das águas oceânicas dificulta, justamente, o escoamento das águas continentais. É um combo”, detalha.
Influência da Lua
O fenômeno registrado nessa segunda em Joinville é chamado de maré de sizígia, de acordo com Rafael Brito. Ele explica que o nível do mar acaba influenciado pela Lua, que tem duas fases específicas capazes de causar este aumento.
“São duas condições de lua que geram maré de sizígia: lua cheia e lua nova. E ontem a gente estava em uma condição de lua nova. Por isso aconteceu esse empilhamento das águas oceânicas, o que dificultou o escoamento das águas continentais dos rios, por isso Joinville passou por essa situação”, afirma Rafael.
Terça-feira será de novo pico de maré
Segundo a Defesa Civil, Joinville deve ter novo pico de maré, podendo ocasionar novos alagamentos. A condição é impulsionada pela influência do vento Sul, e tem previsão de ocorrer por volta das 17h16, com o nível do mar chegando a 2,1 metros.
“O ponto principal é o vento, que está impactando. Na segunda-feira, a maré foi de 2,1 às 16h29, mas, por conta do vento, chegou a 2,53 m”, explica o gerente da Defesa Civil, Maiko Richter.
