Parece timidez, mas pode ser mais grave: o sinal precoce da esquizofrenia que merece atenção

Pessoa em isolamento com esquizofrenia

Sintomas podem aparecer repentinamente ou aos poucos – Foto: Reprodução/ND

A esquizofrenia é um transtorno mental grave que afeta diretamente o modo como a pessoa pensa, sente e se comporta. O diagnóstico precoce é essencial para conter o avanço da doença e preservar a qualidade de vida do paciente.

O isolamento social é um dos primeiros sinais que podem surgir, sendo muitas vezes confundido com timidez.

Segundo o psiquiatra Miguel Angelo Boarati, essas mudanças no comportamento podem acontecer de forma lenta ou repentina.

“Os pacientes começam a se afastar, ficam mais calados, com o olhar perdido. Em alguns casos, demonstram medo excessivo, se escondem ou dizem estar sendo ameaçados”, relata.

O que é a Esquizofrenia?

A doença afeta cerca de 21 milhões de pessoas no mundo e 1,6 milhões no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), incluindo crianças, já que a esquizofrenia pode se manifestar ainda na infância.

Em quadros mais graves, a autonomia pode ser comprometida a ponto de a pessoa deixar de conseguir trabalhar, cuidar de si mesma ou manter relações sociais.

Pessoa em isolamento com esquizofrenia

A doença afeta cerca de 21 milhões de pessoas no mundo – Foto: Reprodução/ND

Apesar de muitas vezes ser associada de forma errada à ideia de “dupla personalidade”, o transtorno compromete profundamente a percepção da realidade e interfere nas emoções, pensamentos e no comportamento do indivíduo.

As dificuldades também atingem quem está por perto da pessoa esquizofrênica: familiares, amigos e colegas.

Outros sintomas da esquizofrenia

Entre os sintomas mais típicos estão as alucinações (auditivas, visuais ou olfativas) e delírios, como a sensação de que os outros podem controlar seus pensamentos ou querem lhe fazer mal.

O discurso pode se tornar confuso, com frases sem sentido ou interrompidas no meio.

Em alguns casos, há alteração nos movimentos, como ficar parado por horas ou repetir gestos sem parar.

Existem ainda sintomas mais sutis: falta de expressão no rosto ou na voz, desinteresse por atividades do dia a dia, dificuldade para começar e concluir tarefas, problemas de memória e concentração, e incapacidade de aplicar o que acabou de aprender.

Paciente em tratamento

Médico precisa considerar uma série de fatores para o diagnóstico preciso – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Esses sinais podem passar despercebidos, mas são importantes para o diagnóstico.

Como identificar a esquizofrenia?

Para confirmar a esquizofrenia, o médico precisa avaliar os sintomas e os fatores de risco do paciente.

“Sabemos que há causas genéticas e também condições durante a gravidez e o parto, como infecções ou traumas, que influenciam no desenvolvimento da doença”, explica Boarati.

Ele destaca que o estresse por si só não causa esquizofrenia, mas pode colaborar para seu surgimento quando combinado com outros fatores.

“Violência, abusos e o uso de substâncias como maconha, cocaína e crack estão entre os fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver o transtorno”, afirma.

Se alguém próximo apresentar comportamentos diferentes e tiver fatores de risco, é importante conversar com familiares e incentivar a busca por ajuda médica.

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