
Um homem que morreu em fevereiro de 2025, em Maricá, no litoral do RJ, era um doador de órgãos e a família cumpriu a vontade dele. Conheça a história de homem que ganhou vida nova graças a um transplante: ‘Me sinto com um futuro de novo’
O Jornal Nacional mostrou na quinta-feira (10) que aumentou o número de famílias que têm se recusam a doar órgãos. Nesta sexta-feira (11), o JN mostra como um paciente ganhou vida nova depois de um transplante.
É a primeira vez, em cinco anos, que Carlos Montolin consegue respirar sem ajuda de um cilindro de oxigênio:
“Um novo homem. Recuperei muitos anos de vida, estou com fôlego total, habilidade total, uma coisa que não sentia há muitos anos”, comemora.
Ele se levanta sem se cansar e abraça a mulher, Maria Rosa. Estes gestos simples só acontecem por causa da generosidade de quem pensa no outro. Carlos fez um transplante de pulmão. Ele tinha doença pulmonar obstrutiva crônica, que vai acabando com a capacidade respiratória. Um homem que morreu em fevereiro de 2025, em Maricá, no litoral do Rio de Janeiro, era um doador de órgãos e a família cumpriu a vontade dele.
“Sem palavras, essa família muito abençoada”, diz Maria Rosa.
Os órgãos foram levados de helicóptero para o Hospital Copa D’Or, em Copacabana, no Rio, e chegaram na hora certa.
“Se ele não recebesse o transplante, a gente sabia que ele não tinha muito tempo de vida. Então, hoje, ele tem a possibilidade de não só viver mais, mas de viver bem”, afirma Luciana Tagliari, coordenadora da UTI transplante pulmonar/ Copa D’Or.
Conheça a história de homem que ganhou vida nova graças a um transplante: ‘Me sinto com um futuro de novo’
Jornal Nacional/ Reprodução
Além de Carlos, que recebeu o pulmão, uma mulher de 65 anos, que tinha uma doença cardíaca grave e aguardava na fila de espera por um transplante, também recebeu o coração do mesmo doador. Ela está se recuperando no hospital e deve ter alta na semana que vem. O gesto de um único homem mudou a vida de duas famílias e ainda gerou uma corrente do bem. Para quem viu o valor de uma doação de perto, só resta retribuir. Foi a mãe do rapper BK quem recebeu o coração:
“Era uma situação realmente que ou era o transplante ou minha mãe ia falecer. A gente viu que o transplante realmente dá essa sobrevida, dá essa esperança. Com certeza eu vou ser um doador a partir de agora”, diz.
“Eu vejo não só ele, os outros transplantados que a gente teve contato muito tempo, como mudou a vida deles, como estão felizes, podendo respirar, podendo andar, sendo livres. E é isso que eu vou dar, se Deus quiser, eu e meus familiares vamos doar sim”, conta Maria Rosa Montolin, mulher de Carlos.
O que se espera é que muito mais pacientes possam realizar desejos como o do Carlos e possam celebrar o dia inesquecível da alta, que também pode ser chamado de recomeço.
“Agora, eu me sinto com um futuro de novo. Vocês fizeram uma doação, salvaram a minha vida e de mais uma pessoa. Espero que, em um futuro, todos pensem assim”, diz Carlos Montolin.
LEIA TAMBÉM
Transplantes: famílias brasileiras têm se recusado mais a fazer doação de órgãos
Número de laqueaduras feitas pelo SUS mostra que responsabilidade do planejamento familiar recai mais sobre a mulher