
Levantamento foi feito 1.190 empresas entre os dias 1 e 7 de abril de 2025. Desaceleração da atividade, alta dos juros e do dólar pesaram na percepção dos empresários, assim como o cenário externo conturbado. Produção industrial
Gilson Abreu/FIEP/ Divulgação
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou 1,2 ponto em abril, na comparação com o mês anterior, para 48 pontos, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (11).
Esse é o patamar mais baixo desde julho de 2020, ou seja, em quase cinco anos. Naquele momento, o setor industrial sentia os efeitos da pandemia de Covid-19.
Abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o número indica falta de confiança da indústria, algo que ocorre pelo quarto mês consecutivo.
Segundo a CNI, o resultado de abril indica que falta de confiança se mostrou mais forte e disseminada do que em março deste ano.
O ICEI é um levantamento mensal que mede a confiança dos empresários da indústria. Foram consultadas 1.190 empresas: 464 de pequeno porte; 445 de médio porte; e 281 de grande porte, entre os dias 1 e 7 de abril de 2025.
De acordo com Claudia Perdigão, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a falta de confiança dos industriais neste mês reflete a desaceleração da atividade econômica e a alta do dólar.
“Em um primeiro momento, precisa haver uma descompressão da política monetária [definição dos juros para combater a inflação], porque os juros altos pesam sobre a economia. Também é importante aguardar a estabilização do cenário internacional, que está mais conturbado. São temores que afetam a capacidade do industrial investir”, avaliou Claudia Perdigão, da CNI.
Cenário atual X expectativas
O indicador relativo às condições atuais da economia brasileira, que compara o cenário de momento com o observado há seis meses, registrou queda de 44 pontos, em março, para 42,7 pontos em abril.
Para a CNI, o resultado se deve, principalmente, à piora da avaliação dos empresários sobre a economia do país, embora a percepção deles a respeito das próprias empresas também tenha piorado.
Já o Índice de Expectativas, que contrasta o cenário de momento com o esperado daqui a seis meses, recuou de 51,8 pontos para 50,7 pontos, em abril.
“Isso significa que as perspectivas dos empresários continuam positivas, embora em menor patamar do que em março. O recuo do índice ocorre, sobretudo, por conta da deterioração das expectativas dos industriais para o futuro da economia, ao passo em que as perspectivas para os próprios negócios seguem otimistas”, concluiu a entidade.