
Três pessoas foram presas em flagrante na cidade de Planura, no Triângulo Mineiro, por submeterem uma mulher a condições análogas à escravidão há mais de 8 anos. A ação foi deflagrada nesta terça-feira (8) pela Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo informações da PF, a vítima trabalhou por 8 anos em troca apenas de moradia e alimentação, sem pagamento. Além disso, os agentes identificaram marcas de agressões físicas, que posteriormente foram confirmadas testemunhas. Ainda, há indícios de outras formas de violência, como exploração sexual e extorsão.
A operação apurou uma denúncia feita pelo Disque 100. Segundo a PF, o relato era de que uma vítima “estaria sendo mantida em situação de cárcere privado, obrigada a realizar trabalhos domésticos e serviços em um estabelecimento comercial, sem qualquer remuneração”, e que “os fatos denunciados indicavam um quadro de violência persistente por anos”.
Durante a ação, os agentes apreenderam celulares, notebooks e pen drives. Os suspeitos foram levados para a delegacia e permanecem à disposição da Justiça.
De acordo com a PF, “as investigações prosseguem, para identificar outras possíveis vítimas e responsabilizar todos os envolvidos”.
Minas Gerais lidera “lista suja” do trabalho escravo
Nesta quarta (9), o MTE divulgou a atualização da “lista suja” do trabalho escravo, que aponta Minas Gerais como o líder do ranking nacional desse tipo de crime. De acordo com o levantamento, o estado concentra 21% dos 745 nomes presentes no cadastro. No total, são 159 empregadores mineiros listados.
Em 2024, o estado contabilizou 165 dos 727 casos de trabalho escravo no Brasil, ou seja, 22% do total.
Grande parte dos registros mais recentes estão relacionados a atividades rurais – cerca de 80% dos casos no último ano. Além disso, 18 ocorrências ocupam as atividades domésticas.