
Para conquistar uma receita de R$ 12,9 bilhões, a Whirlpool apostou em três fatores que provocaram a diferenciação da companhia no mercado, tanto em Santa Catarina quanto ao redor do mundo. Como resultado, a multinacional, com planta em Joinville, no Norte do estado, também foi reconhecida como uma das empresas mais inovadoras da América pelo terceiro ano consecutivo.

O que fez dona da Brastemp e Consul atingir receita de R$ 12 bilhões e ampliar exportação de SC – Foto: Reprodução/Whirlpool/ND
Receita de R$ 12,9 bilhões
Detentora das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, a Whirlpool é líder do setor de eletrodomésticos no Brasil. Apenas em 2024, a companhia gerou uma receita de R$ 12,9 bilhões, que representa um crescimento de 12% em relação a 2023. Segundo a multinacional, o resultado consagrou um dos melhores desempenhos na última década.
Destaque no mercado
O vice-presidente da Whirlpool Corporation e diretor-geral no Brasil, Gustavo Ambar, está à frente da operação que se destacou no último ano. Para Ambar, o mercado de eletrodomésticos cresceu nos últimos anos, o que impactou positivamente no faturamento da empresa.
“Foi uma continuação de um 2023 que foi bom também, mas 2024 foi ainda melhor. Crescemos 12,9% a nossa receita, chegando bem perto dos R$ 13 bilhões, o que nos torna uma das maiores empresas do Brasil”, afirma.
Ambar, que atua na companhia desde 2018, pondera que o mercado expandiu-se devido às inovações apresentadas pela empresa e a depreciação de produtos mais antigos. Além disso, também considera mudanças nas necessidades dos consumidores e lares brasileiros.
3 fatores que fizeram a Whirlpool crescer
O diretor-geral ainda observa que há três principais fatores que contribuíram para que a Whirlpool se destacasse no último ano: a demanda represada, o ganho de mercado e o investimento em comunicação.
Demanda represada
Ambar avalia que existem diversos produtos no mercado que o brasileiro ainda não conhece, mas aos poucos está descobrindo as funcionalidades e praticidades. “Por exemplo, a lava-louça, o freezer, a cervejeira, o forno. Essa é uma demanda represada de longo prazo, que num curto prazo foi beneficiada em um processo de redução de taxa de juros”, afirma.
Com o aumento do mercado por essa demanda represada, a fabricante líder estimulou o setor, os varejistas e também os consumidores.
Ganho de mercado
“Já éramos líder, agora a gente solidificou a liderança, principalmente nessas três categorias”, declara Ambar. O vice-presidente da multinacional afirma que uma série de lançamentos, realizada entre 2022 e 2024, foi um dos motivos que fizeram a companhia ganhar participação no mercado.
“[Foi] uma onda de mais de 40 lançamentos. A gente passou a ter êxito, porque o lançamento é uma forma de trazer um fato novo para atender uma necessidade represada”, explica.
Investimento em comunicação
Já é o segundo ano que trabalhamos o reposicionamento da marca Brastemp, mas também já começamos a investir em Consul. E isso trouxe muito conteúdo, muita novidade, muita interação com o consumidor”, detalha Ambar.
Todos os anos, por exemplo, a Whirlpool mantém contato direto com cerca de 300 mil clientes. Entre conversas superficiais e profundas saem insights para melhoria de produtos já existentes ou criação de soluções ainda mais inovadoras.
Segundo Ambar, como a Whirlpool detém marcas que vão de linhas premium a mais populares, a companhia dialoga com diferentes tipos de consumidores. “Se tem 75 milhões de lares [no Brasil], é muito raro uma casa que não tem uma Brastemp ou uma Consul”, avalia.
Investimentos
Ambar ainda pontua que um investimento de médio e longo prazo deu à companhia competitividade e diferenciação no setor. Nos últimos anos, a multinacional investe cerca de 3% a 4% da receita no próprio negócio.
Em 2024, foram R$ 450 milhões investidos em unidades ao redor do mundo, principalmente em Joinville, que gera o maior faturamento da companhia no Brasil.
Crescimento contínuo
A Whirlpool Brasil é a segunda maior unidade da companhia em todo o mundo – só é menor que as instalações nos Estados Unidos. “Dentro da Whirlpool, e do Brasil, a gente tem uma voz empregadora muito grande, seja pelo estado de Santa Catarina, mas também nos demais estados como São Paulo e no Norte, onde temos planta em Manaus”, diz Ambar.

A Whirlpool Brasil é a segunda maior unidade da companhia em todo o mundo – Foto: Reprodução/Google Maps/ND
Desafios
Segundo o diretor-geral, 2024 iniciou com perspectivas boas com relação à economia, mas o segundo semestre levanta incertezas para o mercado.
“Apesar das ‘dúvidas’ do segundo semestre, a gente acredita muito que o faturamento deste ano deve empatar ou ser um pouco superior com relação ao ano passado”, revela Ambar.
Avanços e planejamento
Neste ano, uma das marcas da Whirlpool completa 75 anos: a Consul, muito conhecida pelos joinvilenses. Como forma de abraçar ainda mais a brasilidade da marca, a companhia pretende investir ainda mais em produtos Consul.
“Neste contexto que a nossa economia está se demonstrando, com mais desafios do que nos anos anteriores, a gente vai investir bastante na marca Consul”, anuncia o vice-presidente da Whirlpool Corporation.
Além disso, a multinacional seguirá investindo em soluções premium, como produtos da Brastemp, por exemplo. “O grande diferencial é ter a marca Brastemp, que é uma marca mais diferenciada, com valor mais agregado e tem histórico de pioneirismo”, diz Ambar.
Para o ano, a companhia também planeja aumentar a exportação para países da América do Sul, como Argentina – onde a planta de Joinville já envia diversos produtos – e Colômbia.
Ambar ainda revela que, a maior parte dos lançamentos, possuem a distinção da eficiência energética e hídrica – como em lava-louças, por exemplo. Além dos próprios produtos, a companhia mantém o processo dentro das unidades: cerca de 98% das plantas da Whirlpool tem recirculação de água no processo produtivo.