Ministério da Saúde intensifica combate à dengue em três cidades da Bahia; uma delas nunca teve vacinação contra a doença


Monte Santo, município que deve ter esquema vacinal contra dengue pela primeira vez, está em epidemia. Cinco mortes foram registradas na Bahia por causa da doença. Salvador está entre as cidades com combate à dengue intensificado pelo Ministério da Saúde
Divulgação/SMS
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (9) que irá intensificará o combate à dengue em oitenta municípios com situação crítica por causa da doença no Brasil. Somente na Bahia são três: Salvador, Vitória da Conquista e Monte Santo.
Esta última cidade nunca teve vacinação contra a dengue e está entre os 22 municípios baianos com epidemia. Vitória da Conquista aparece em alerta e Salvador apresenta formas graves da doença, detalhou a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).
Nem a Bahia e nem os municípios tinham sido notificados pelo Ministério até a última atualização desta reportagem. O g1 também perguntou a Monte Santo sobre a vacinação no município, mas não teve retorno ainda.
Conforme dados divulgados ao g1 pela Sesab, com base em números registrados até 7 de abril, 12.317 casos prováveis de dengue foram contabilizados no estado neste ano. Cinco pessoas morreram por causa da doença. Nenhuma delas nas cidades citadas pelo Ministério da Saúde.
Cidades onde aconteceram morte por dengue na Bahia em 2025:
Cansanção: 1 morte;
Ilhéus: 1 morte;
Maracás: 1 morte;
Mata de São João: 1 morte;
Sento Sé: 1 morte.
Enfrentamento intensificado
O objetivo da intensificação do enfrentamento é reduzir casos graves e óbitos. Segundo o Ministério da Saúde, aponta os oitenta municípios citados nesta quarta-feira como iniciais, podendo atender a outros depois. O investimento em todo o país será de R$ 300 milhões .
Conforme a pasta, são cidades com alta transmissão da doença ou número de casos em ascensão e com mais de 100 mil habitantes. Já no primeiro momento, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) estará preparada para atender a essas cidades com até 150 centros de hidratação de até 100 leitos cada.
Esses espaços são destinados ao acolhimento e à hidratação – oral ou venosa – de pacientes com dengue, para evitar agravamentos e internações. Podem ser instalados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA), em espaços adaptáveis como auditórios, bibliotecas, refeitórios ou em estruturas temporárias como tendas, contêineres e galpões.
As 80 cidades prioritárias também vão receber apoio do Ministério da Saúde para elaborar estratégia de expansão da cobertura vacinal, com ações como busca ativa de não vacinados, monitoramento dos estoques e garantia do abastecimento. Além de Monte Santo, outras 15 cidades passarão a ofertar a vacina da dengue pela primeira vez:
Itaituba (PA);
Botucatu (SP);
Loanda (PR);
Conchas (SP);
Promissão (SP);
Querência do Norte (PR);
Mirandópolis (SP);
Cruzeiro do Sul (AC);
Curitiba (PR);
Espírito Santo do Pinhal (SP);
Rancharia (SP);
Lins (SP);
Redenção (PA);
Santa Cruz de Monte Castelo (PR);
Novo Progresso (PA).
Segundo o Ministério da Saúde, os Agentes Comunitários de Saúde receberão um novo guia com orientações para a busca ativa de pessoas com sintomas e que não se vacinaram, além de demais ações preventivas.
“Com as vacinas disponíveis hoje, sabemos que a dengue pode ser uma doença grave. Por isso, estamos lançando quatro diretrizes fundamentais para garantir assistência rápida, evitar agravamentos e, principalmente, óbitos”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Simão.
“O que mais nos preocupa neste momento são os óbitos. Como médica, afirmo: todo óbito por dengue, em princípio, é evitável. Tivemos uma redução no número de mortes em comparação ao mesmo período de 2023 — foram 2.500 óbitos a menos no primeiro trimestre —, mas ainda assim já somamos 430 mortes confirmadas neste ano. Desses, 305 ocorreram em São Paulo, 34 no Paraná e 32 em Minas Gerais”, destacou Mariângela.
Outra ação para o controle do mosquito será a distribuição por parte do Ministério da Saúde de 1.260 equipamentos de UBV portáteis até o fim de abril para utilização em bloqueio de surtos, permitindo maior alcance no interior dos domicílios e superando barreiras físicas, como muros e paredes.
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