
Durante um teste de rotina nas profundezas do Lago Ness, na Escócia, o submarino Boaty McBoatface encontrou uma câmera instalada há mais de 50 anos para tentar registrar imagens do lendário Monstro do Lago Ness. As informações são do site Mirror.
A descoberta foi feita enquanto o submarino operava a mais de 100 metros de profundidade. Especialistas do Centro Nacional de Oceanografia (NOC), que realizavam testes com o equipamento, ficaram surpresos ao localizar o dispositivo, ainda protegido por uma carcaça cilíndrica feita sob medida. A câmera havia sido instalada especificamente para tentar capturar o misterioso “Nessie”.
Segundo o NOC, a câmera ficou presa nas hélices do submarino e acabou sendo levada à superfície. Sam Smith, engenheiro da organização, afirmou em comunicado que o achado foi inesperado, mas bem-vindo:

“Essa não era uma descoberta que esperávamos fazer, mas estamos felizes que esse pedaço da história da caça ao Nessie possa ser compartilhado. Talvez agora o mistério de quem deixou o equipamento no lago possa ser resolvido.”
A câmera foi identificada por Adrian Shine, pesquisador veterano do Projeto Lago Ness, que há décadas estuda o local. Shine explicou que o equipamento fazia parte de uma série de seis câmeras submersas por Roy Mackal, membro do Loch Ness Investigation Bureau e da Universidade de Chicago.
Trata-se de uma câmera Instamatic com flash integrado, ativada por uma linha de isca. O sistema foi projetado para tirar até quatro fotos caso algo puxasse a linha. Shine ressaltou a engenhosidade do mecanismo:
“Era uma armadilha fotográfica bastante criativa: uma câmera mecânica com flash que fazia quatro disparos quando a isca era acionada. É impressionante que a carcaça tenha mantido a câmera seca por 55 anos, a mais de 130 metros de profundidade.”

Apesar do flash, as fotos desenvolvidas revelam pouco mais do que o fundo do lago. A câmera e as imagens foram enviadas para o Loch Ness Centre, um museu localizado às margens do lago, na vila de Drumnadrochit.
Boaty McBoatface está acoplado ao navio RRS Sir David Attenborough — originalmente o nome que o público escolheu para o próprio navio, antes que os organizadores optassem por uma solução mais séria. Ele é um dos dois submersíveis autônomos utilizados pelo NOC em missões de mapeamento do leito marinho e testes de operações de longo alcance.
Ambos os submarinos podem alcançar profundidades de até 6.096 metros, muito além do ponto mais profundo do Lago Ness, que chega a cerca de 240 metros.