Debate para a prefeitura de Olinda tem trocas de acusações e propostas sobre saúde, geração de emprego e assistência à população de rua


Participaram do debate desta terça (10) Antônio Campos (PRTB), Izabel Urquiza (PL), Márcio Botelho (PP) e Mirella (PSD). Vinicius Castello (PT) foi convidado, mas não chegou a tempo. Candidatos à prefeitura de Olinda que participaram de debate promovido pelo g1
Pedro Alves/g1
O debate promovido pelo g1 nesta terça-feira (10) entre candidatos à prefeitura de Olinda foi marcado por trocas de acusações sobre apoios e trajetórias políticas, além de propostas sobre saúde, geração de emprego e assistência à população de rua.
Antonio Campos (PRTB), Izabel Urquiza (PL), Márcio Botelho (PP) e Mirella (PSD) participaram do debate, que foi transmitido ao vivo, do Recife, pelo site, YouTube e TikTok. O candidato Vinicius Castello (PT) foi convidado, mas não chegou a tempo.
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O g1 convidou candidatos a prefeito de partidos, coligações ou federações que contam com cinco ou mais representantes no Congresso Nacional (deputado federal ou senador), obedecendo às regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a realização de debates nesta eleição.
As regras foram apresentadas e aceitas por representantes dos candidatos em reuniões realizadas na sede da TV Globo no Recife.
O debate teve cinco blocos de perguntas, sendo três deles com tema determinado (LGBTQIA+, emprego, assistência social) e dois com tema livre. No último bloco, os candidatos fizeram as considerações finais.
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Primeiro bloco
O primeiro bloco foi de tema livre, e a candidata Mirella (PSD) começou o primeiro bloco perguntando ao candidato Vinicius Castello (PT), que estava ausente. Ela perguntou ao candidato ausente sobre a avaliação dele do ex-prefeito Renildo Calheiros (PCdoB).
Em seguida, ela, que é ex-secretária de secretária de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Tecnologia e Turismo de Olinda, escolheu o atual vice-prefeito da cidade, Márcio Botelho (PP), para ser perguntado, e questionou qual o papel que ele teve na gestão do atual prefeito Professor Lupércio (PSD).
Na resposta, Botelho afirmou que rompeu com a gestão há dois anos por discordar completamente do governo e que era “um dos piores prefeitos que Olinda já teve e com a sua ajuda”, destacando que Mirella fez parte da gestão. Botelho disse ainda que Mirella não tem “identidade, nem voz”.
Na sua resposta, Mirella disse que “não adianta passar quase oito anos na gestão como aliado e deixando de ser aliado há pouco tempo por conta de um pleito eleitoral”. Mirella pediu direito de resposta por ter sido chamada de “marionete”, mas o recurso foi negado.
Na sequência, o candidato Antônio Campos (PRTB) questionou a candidata Izabel Urquiza (PL) por ela ter feito parte da atual gestão e disse que ela era “corresponsável pela atual situação da cidade”. Izabel devolveu falando que fez parte da gestão “para ajudar” e que não teve “espaço para atuar”.
Segundo bloco
O segundo bloco iniciou com perguntas sobre a população LGBTQIA+. O tema foi abordado com troca de farpas e acusações entre as candidatas Izabel Urquiza e Mirella. Outros três temas foram debatidos neste bloco: emprego, assistência social e habitação.
Izabel Urquiza abriu o bloco com pergunta à Mirella Almeida, sobre como ela “planeja combater a discriminação e promover a inclusão da comunidade LGBTQIA+ nos serviços públicos de saúde, educação e habitação?”.
Antes de responder a pergunta, Almeida acusou que Izabel Urquiza esconde o sobrenome da família. “Como a minha mãe fala, quem esconde o nome, quem esconde a família, não merece confiança. E a senhora, com todo respeito, respeitosamente, é filha da ex-prefeita Jacilda Urquiza”. Em seguida, ela respondeu a pergunta sobre a população LGBTQIA+.
Izabel Urquiza rebateu a acusação e disse que não esconde o sobrenome. “Eu tenho compromisso com Olinda, e o debate é sobre Olinda. Eu construí a minha história na vida pública, independente de servir a uma pessoa unicamente”, disse.
Já no tema emprego, Antônio Campos direcionou a pergunta para Márcio Botelho, que, por sua vez, alfinetou a candidata Mirella Almeida. “A candidata Mirella, e estou referindo isso quanto a Olinda, tem feito uma inserção que a prefeitura de Olinda teria negado 10 mil empregos, e Olinda teria deixado de ser uma cidade dormitório. O que você acha, como candidato, dessa propaganda da candidata Mirella Almeida e da situação do emprego?”.
Em resposta, Botelho complementou a imputação. “Tudo nessa gestão, tanto da Mirella Almeida, a marionete, laranja do prefeito Lupércio, quanto dessa gestão: tudo é fake News. A gente vê Olinda com esse título de cidade dormitório, a gente tem que tirar isso da cidade de Olinda, que é uma cidade de um povo guerreiro, resiliente, e que recebe muito bem os turistas”.
Antônio Campos afirmou que, se eleito, vai “gerar mais emprego na prefeitura de Olinda” e que, entre outras iniciativas, fará “uma lei de incentivo fiscal para atrair investimentos, empresas e economia criativa na cidade, mas desde que empregue, no mínimo, dois olindenses”. Na tréplica, Márcio Botelho voltou a atacar a atual gestão.
Na assistência social, Mirella Almeida perguntou à Antônio Campos “qual foi o prefeito que mais fez e faz para entregar à população de Olinda, Renildo, Jacilda Urquiza ou Professor Lupércio?”
Antônio Campos, imediatamente respondeu “com certeza, não foi o Professor Lupércio”, e acrescentou, em seguida, que “foi o prefeito Germano Coelho, de saudosa memória”. Ele disse que fará, se eleito, “o maior programa de assistência social da história de Olinda”, e que o primeiro compromisso de campanha será “zerar a fome de Olinda, dos 350 mil habitantes de Olinda”, inspirado nos programas “Pão Com Leite”, de João Pessoa (PB), e “Prato Cheio”, de São Paulo (SP).
A candidata Mirella Almeida disse que vai criar programas voltados à empregabilidade das mulheres. “No meu plano de governo consta a criação de um núcleo de empregabilidade e capacitação dessas mulheres, para que as mães de Olinda, as mulheres de Olinda, possam estar capacitadas e aptas a entrarem no mercado de trabalho”.
Na habitação, Márcio Botelho perguntou a Izabel Urquiza quais eram as propostas dela para o tema. “A gente tem o compromisso. Eu fui coordenadora de habitação na Caixa [Econômica Federal], e ajudei muito na área da habitação na cidade de Olinda. O que lamento é a gente ouvir aqui, como a gente está ouvindo, a candidata Mirella dizer aqui, repetir algo que ela treinou ou alguém disse a ela, porque ela está repetindo direto, mas a gente, que conhece a realidade de Olinda, vê que o que ela fala não é o que a gente vê na prática”.
Por sua vez, Márcio Botelho lembrou que, antes de romper com o prefeito Professor Lupércio, ele foi à Brasília buscar recursos para a cidade, e fez acusações. “Tive que ir em Brasília resgatar um convênio para a Nova Sapucaia, Aguazinha. Foram R$ 72 milhões que já estava indo pelo ralo, O recurso foi captado por gestores anteriores. A gente teve em Brasília falando com o secretário Nacional, Thiago Pontes. Ele disse que ‘se você tivesse vindo aqui no dia seguinte, esse dinheiro tinha sido devolvido para o Ministério'”
Terceiro bloco
Mais um bloco com tema livre, foi iniciado com o candidato Antônio Campos questionando a candidata Mirella sobre as finanças da cidade, lembrando que ela foi secretária municipal de Finanças na gestão Lupércio.
Mirella alfinetou o adversário dizendo que ele aparece na cidade a cada quatro anos “para arrumar briga, causar discórdia e contendas”, e disse que conseguiu grandes empreendimentos, incluindo as obras na Avenida Presidente Kennedy.
Na resposta, Antônio Campos criticou a gestão Lupércio, chamou Mirella de “despreparada” e que não tem conhecimento, segundo ele, sobre um rombo de mais de R$ 200 milhões nos cofres do município.
Na sequência, Izabel Urquiza perguntou a Márcio Botelho sobre a situação da cidade em relação à saúde e à empregabilidade de Olinda. O candidato criticou a atual gestão: “a candidata [Mirella] diz que a UPA de Rio Doce funciona perfeitamente, mas os olindenses sabem que isso é mentira”, disse.
Na réplica, Izabel concordou com Botelho e disse que a saúde do município foi “sacrificada”. “São quase 12 secretários [de saúde] que têm sido mudados reiteradamente nesse tempo. Essa realidade que a candidata está mostrando, ela foi muito bem treinada para o que veio falar, mas não é a realidade”, disse.
Em novo embate, Mirella perguntou a Antônio Campos sobre as propostas para a saúde. Campos disse que a saúde de Olinda “está na UTI” e prometeu disponibilizar médicos nos bairros e criar um hospital de porte médio para grande para mulheres e crianças, através de uma Parceria Público Privada.
Na resposta, Mirella disse que a gestão Lupércio ampliou “de 43% para 77% a cobertura do serviço de saúde” no município e que foram feitas “clínicas da mulher, do homem, da criança, do idoso e uma clínica veterinária recém inaugurada”, afirmou.
Na tréplica, Antônio Campos chamou a candidata Mirella de “marajá” e afirmou que ela recebeu R$ 35 mil reais de salário quando era secretária de finanças de Olinda com gratificação ilegal. A candidata pediu direito de resposta, que não foi concedido.
Finalizando o bloco, o candidato Márcio Botelho perguntou para Izabel Urquiza sobre as pessoas de situação de rua em Olinda. “Nós vamos investir em assistência social apoiando essas pessoas, mas para retirá-las [das ruas] e colocá-las na empregabilidade”, afirmou. Botelho disse que na gestão Professor Lupércio, “na entrada da cidade, você vê uma cracolândia se formando”, disse.
[Esta reportagem está em atualização]
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