Em comunicado conjunto, países do Brics dizem deplorar ‘colapso’ do cessar-fogo em Gaza


Representantes de países do grupo se reuniram em Brasília e discutiram conflitos no Oriente Médio no e norte da África. Brasil tem questionado limites das ações de Netanyahu. Os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) divulgaram um comunicado conjunto nesta segunda-feira (31) no qual afirmaram deplorar o que chamaram de “colapso” do cessar-fogo entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
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Reprodução/TV Globo
O comunicado foi divulgado após vice-ministros e enviados especiais dos países para o Brics terem se reunido em Brasília para discutir os conflitos no Oriente Médio e na região norte da África.
Embora o cessar-fogo tenha sido anunciado, houve ataques israelenses em Gaza, o governo de Benjamin Netanyahu acusou o Hamas de violar termos do acordo e, com isso, mais mortes têm sido registradas na região, com novos ataques.
“[Os países do Brics] deploram o colapso do cessar-fogo na Faixa de Gaza e condenam a retomada dos ataques israelenses contra Gaza, instando todas as partes a respeitar completamente e cumprir os termos do acordo, incluindo a soltura de reféns e detentos mantidos em violação do direito internacional”, afirma o documento.
Impactos na estabilidade regional
Conforme os países do Brics, há uma “preocupação séria” com a continuidade dos conflitos no Oriente Médio e no norte da África, “especialmente” o confronto entre palestinos e israelenses, que ameaça a estabilidade regional e causa impacto negativo na paz e na segurança em nível internacional.
O documento divulgado ressalta que é preciso buscar uma resolução pacífica, incluindo meios diplomáticos que respeitem o direito internacional, o direito internacional humanitário e a Carta da ONU.
“[Os países] concordaram a condenar veementemente o terrorismo e a confrontar o extremismo, em todas as suas formas de manifestação, em qualquer momento, em qualquer lugar e quem quer que tenha cometido e charam os países da região a adotar um comportamento de tolerância zero com o terrorismo”, diz um trecho.
Ainda no comunicado conjunto, os países do Brics afirmam que a “ocupação ilegal” da Palestina por Israel está entre as “raízes” das tensões na região.
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“[Os países] reiteraram a necessidade de endereçar como raiz das tensões regionais, incluindo as intervenções internacionais e ocupações, especialmente a ocupação ilegal israelense na Palestina”, afirma o documento.
Posições do Brasil
Desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou, em 2023, o Brasil tem defendido um cessar-fogo permanente na região, além da entrada de ajuda humanitária para palestinos que vivem em Gaza.
Além disso, o brasileiro também tem:
questionado publicamente o que chama de limites éticos e legais das ações militares promovidas pelo governo de Benjamin Netanyahu;
pedido que as tropas israelenses deixem completamente a Faixa de Gaza;
afirmado que israelenses agem como “colonos” com os palestinos.
Em recentes manifestações públicas, o Itamaraty também disse “deplorar” decisões do governo Netanyahu de impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza e de realizar novos bombardeios na região num contexto de cessar-fogo temporário.
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