Greve dos entregadores de app: quatro pontos para entender a paralisação no Brasil

O “Breque dos apps”, uma paralisação nacional de entregadores de app, foi deflagrada nesta segunda-feira (31). Mais de 50 cidades no Brasil foram afetadas, incluindo pelo menos dez em Santa Catarina. Entre as solicitações, os grevistas reivindicam aumento nas taxas pagas aos trabalhadores por viagem e limitação de quilometragem para bicicletas.

Motoboy passando em velocidade com bolsa vermelha

Segundo o Sindimoto/SC, a expectativa é que a greve termine na terça-feira (1º) no fim da noite – Foto: Amanda Caroline da Silva/Getty Images

A greve é organizada pela Anea (Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos), sendo a terceira paralisação realizada no país. As outras duas ocorreram em 2020, durante a pandemia. Segundo o Sindimoto/SC (Sindicatos dos Motociclistas Profissionais de SC), a expectativa é que a paralisação termine na terça-feira (1º) no fim da noite, período inicialmente determinado para a greve.

Em relação ao primeiro dia de mobilização, de acordo com Anderson “Gaúcho”, presidente do sindicato, a falta de união dos trabalhadores fez com que a paralisação nesta segunda-feira (31) fosse menos efetiva. “Estamos aqui brigando e vários trabalhando. Tinha até motoboy chamando a polícia para poder pegar entrega”, relatou.

Entre as reivindicações dos entregadores de app estão:

  • Definição de taxa mínima de R$ 10 por corrida;
  • Aumento no valor do km rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;
  • Limitação de 3 km para entregas feitas por bicicletas;
  • Garantia de pagamento integral dos pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota
Motoboy com caixa vermelha representando paralisação de entregadores de app

Entregadores de aplicativos entram em greve nesta segunda-feira (1º) – Foto: Divulgação/Freepik/ND

Ifood se posiciona e Amobitec publica nota

O iFood, principal empresa de delivery no Brasil e alvo dos entregadores no protesto, afirma que “respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores e entregadoras” e diz estar “estudando a viabilidade de reajuste para 2025”. Informa ainda que o ganho bruto por hora trabalhada na plataforma “é quatro vezes maior do que o ganho do salário mínimo-hora nacional”.

A Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), associação de composta por empresas como 99, Uber e Ifood, também se posicionou sobre as reivindicações da greve liderada por entregadores de app. Segundo a associação, as empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores.

Homem de amarelo pegando embalagem de delivery em bolsa amarela

Entregadores de aplicativos pedem melhor remuneração – Foto: Divulgação/Freepik/ND

Em nota, foi apresentado um levantamento da Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) indicando que “a renda média de um entregador do setor cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, chegando a R$ 31,33 por hora trabalhada”.

Além disso, a Amobitec afirma apoiar a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais, visando a garantia de proteção social dos trabalhadores e segurança jurídica das atividades.

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