Líder da extrema direita na França, Marine Le Pen é condenada por corrupção e fica inelegível

A líder da extrema-direita na França, Marine Le Pen foi condenada nesta segunda-feira (31) por desvios públicos e ficou inelegível para se candidatar às eleições. Além dela, outros membros do seu partido, o Reunião Nacional, foram considerados culpados. A pena de cada um ainda será pronunciada pela Justiça francesa.

 

foto de Marine Le Pen

Marine Le Pen foi condenada por desviar recursos do Parlamento Francês para pagar salários dos parlamentares do Reunião Nacional – Foto: Alain Jocard/AFP/Getty Images

Le Pen disse antes do veredito que qualquer proibição imediata de concorrer à eleição seria como uma “sentença de morte política” e que os juízes tinham “o poder de vida ou morte sobre nosso movimento”. É provável que ela apele imediatamente contra o veredito, conforme divulgou o The Guardian.

Os juízes proibiram Le Pen de concorrer a cargos públicos durante cinco anos com a provisão adicional de que entraria em vigor imediatamente. A decisão foi um terremoto político na França, já que Le Pen esperava montar uma quarta campanha para se tornar presidente.

A líder francesa também foi condenada a quatro anos de prisão, com dois anos suspensos. Ela recebeu uma multa de  100 mil euros. Entretanto, nem a pena de prisão nem a multa seriam aplicadas até que seus recursos fossem esgotados.

Entenda os motivos que levaram a condenação de Marine Le Pen

Le Pen e 24 membros do partido, incluindo nove ex-membros do Parlamento Europeu e seus 12 assistentes parlamentares, foram considerados culpados.

O esquema desviava fundos do Parlamento Europeu, usando dinheiro destinado a assistentes do parlamento para pagar funcionários do partido na França.

O chamado sistema de empregos falsos cobriu contratos de assistentes parlamentares entre 2004 e 2016, e foi sem precedentes em escala e duração, causando perdas de 4,5 milhões de euros aos fundos dos contribuintes europeus.

Assistentes pagos pelo parlamento europeu devem trabalhar diretamente em assuntos parlamentares de Estrasburgo (sede formal do parlamento europeu), o que os juízes consideraram que não era o caso.

Marine Le Pen poderá manter seu cargo atual como membro do parlamento francês por Pas-de-Calais (região do norte da França), mas não poderá concorrer novamente em uma futura eleição parlamentar enquanto durar sua proibição de concorrer a cargos públicos.

Ela concorreu à presidência francesa três vezes, duas vezes chegando ao segundo turno final contra Emmanuel Macron. Seu partido, o Reunião Nacional, surgiu como o maior partido no parlamento após as eleições parlamentares de 2024. Ela acreditava que 2027 seria sua maior chance de vencer as eleições.

Agora, o partido terá que decidir quem assumirá seu lugar na próxima eleição presidencial francesa. Jordan Bardella, de 29 anos, jovem presidente do partido e membro do Parlamento Europeu, é popular entre os eleitores, mas é visto como um parlamentar de pouca experiência.

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