
O padrão único nos pelos de gatos finlandeses foi notado em 2007: pelos que iniciam negros na raiz e se clareiam até o branco nas pontas, formando o chamado padrão nomeado “salmiak”. Cientistas analisaram os genes e encontraram motivos para a diferença na coloração.
Em 2019, um grupo de especialistas, liderado pela geneticista Heidi Anderson, iniciou investigações após detectar esse fenômeno.
A análise revelou que, em amostras de sangue de quatro exemplares, não foram encontradas mutações previamente conhecidas; entretanto, o sequenciamento completo do DNA apontou para a deleção de um trecho essencial do gene KIT, responsável pela coloração em diversos animais.
Descoberta e análise genética
Inicialmente, a hipótese era de que o padrão “salmiak” surgisse por variações do gene de diluição, que altera a intensidade da cor.
Contudo, após comparar a genética de 180 felinos domésticos com três representantes do novo fenótipo, os pesquisadores constataram que apenas os indivíduos com duas cópias da mutação apresentavam o padrão.
Assim, a ausência do fragmento de DNA junto ao gene KIT comprovou ser determinante para a coloração mesclada, de caráter recessivo.
O estudo, publicado na revista Animal Genetics, propõe a designação “wsal” para essa nova variante.
Implicações e reconhecimento
Além de lançar luz sobre a diversidade genética dos felinos, a descoberta contribui para os esforços de criação, podendo auxiliar na preservação dessa característica tão apreciada, sobretudo por entusiastas e criadores.
A pelagem, que mescla preto e branco e remete ao famoso doce de alcaçuz salgado – bastante popular em países nórdicos, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Alemanha – vem ganhando destaque e já encantou muitos admiradores, apesar de ainda não estar claro se será oficialmente reconhecida nos registros de pedigree.