Com Boulos e Lindbergh, entidades de esquerda fazem protesto contra o PL da anistia em SP


Manifestação na Avenida Paulista reuniu políticos, representantes de organizações sociais e de movimentos sindicais; protesto seguiu em direção a antigo órgão de repressão da ditadura militar A manifestação convocada por entidades e movimentos de esquerda para protestar contra o projeto de anistia aos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 teve baixa adesão em São Paulo.
O ato, organizado por organizações sociais como a CMP (Central de Movimentos Populares) e movimentos como Brasil Popular e Povo Sem Medo reuniu representantes de partidos políticos, como o PT, o PSOL, o PC do B e a UP, e de entidades sindicais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), e a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Manifestantes participam de ato contra a anistia para os golpistas do 8 de Janeiro, em São Paulo
RICARDO YAMAMOTO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
Os manifestantes se concentraram na praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista, e marcharam sentido o 36º DP, no Paraíso. O prédio onde hoje funciona o 36º DP abrigou o DOI-Codi, Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna, órgão de repressão da ditadura.
Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ) discursaram em carro de som. O psolista, inclusive disse que o público presente era maior do que o da manifestação bolsonarista em Copacabana, no último dia 16, e puxou o coro de “sem anistia”.
De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) , a manifestação no Rio de Janeiro teve 18,3 mil pessoas no seu ápice. Em um post nas redes sociais, a Polícia Militar disse que o ato reuniu 400 mil pessoas. Segundo levantamento do Datafolha, 30 mil pessoas estiveram na manifestação.

A estimativa da USP para o ato paulista ainda não foi divulgada.
Estiveram presentes também a deputada federal Juliana Cardoso (PT-SP), a presidente do PSOL, Paula Coradi, e a vereadora Amanda Paschoal (PSOL).
Manifestantes participam de ato contra a anistia para os golpistas do 8 de Janeiro, em São Paulo
RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Julgamento no STF
Na última quarta-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar Bolsonaro e mais sete aliados réus por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
Agora, os réus vão responder a uma ação penal, sendo julgados ao final do processo (podem ser condenados ou absolvidos).
Os oito réus foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como tentativa de golpe, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa.
O entendimento de procuradores e de ministros do Supremo é de que há relação direta entre a trama golpista que tinha – segundo as investigações – o objetivo de impedir a posse de Lula como presidente e manter Bolsonaro no poder.
Também há ligação do plano golpista com os atos de vandalismo em Brasília em dezembro de 2022, o bloqueio ilegal de estradas por caminhoneiros pelo país após a vitória de Lula, e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Após a decisão da Primeira Turma, o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), afirmou que a ideia da oposição é articular para a primeira quinzena de abril a votação da proposta que trata da anistia para os condenados por envolvimento no 8 de janeiro.
A ideia de Hugo Motta é fazer uma reunião no próximo dia 1º de abril com parlamentares que apoiam o projeto da anistia. Além disso, no dia 3 de abril, há a previsão de uma reunião de líderes partidários com o presidente da Casa em que o tema também poderá ser discutido.
Manifestantes participam de ato contra a anistia para os golpistas do 8 de Janeiro, em São Paulo
RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

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