Vereador de Chapecó é investigado por não pagar mulheres que trabalharam na campanha eleitoral

O vereador de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, Paulinho da Silva (PCdoB), está sendo investigado pela PF (Polícia Federal) e pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) após mulheres que trabalharam em sua campanha eleitoral no ano de 2024 alegarem que não receberam o pagamento prometido.

Vereador de Chapecó é investigado por não pagar mulheres que trabalharam na campanha eleitoral

Andressa Emanoela é uma das mulheres que teria trabalhado para o vereador de Chapecó Paulinho da Silva e não teria recebido o pagamento. – Foto: Arvito Concatto/NDTV Chapecó

A denúncia foi feita por Andressa Emanoela, uma das mulheres que trabalhou durante a campanha do vereador de Chapecó. Andressa relatou, em entrevista ao Grupo ND, que o vereador esteve em sua casa, onde discutiram sobre a organização de um grupo de mães para ajudar na divulgação de sua candidatura.

“Ele esteve na minha casa, conversamos e entramos em um acordo. Ele pediu que eu organizasse, como consta em áudios, um grupo de mães para trabalhar e levar de casa em casa as propostas sobre a candidatura dele”, contou Andressa.

A promessa da remuneração feita pelo vereador de Chapecó foi um dos principais atrativos para o grupo de 14 mães que se comprometeram a ajudar. Segundo Andressa, o vereador teria prometido um pagamento de R$ 1.700,00 a cada mulher, além de R$ 500,00 na última semana de trabalho.

Veja mensagens trocadas entre as mulheres e o vereador de Chapecó

Mulheres expuseram conversas com o vereador Paulinho da Silva e a irmã, Luciane, que seria responsável pela campanha.  - Arquivo Pessoal/ND

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Mulheres expuseram conversas com o vereador Paulinho da Silva e a irmã, Luciane, que seria responsável pela campanha. – Arquivo Pessoal/ND

Mulheres expuseram conversas com o vereador Paulinho da Silva e a irmã, Luciane, que seria responsável pela campanha.  - Arquivo Pessoal/ND

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Mulheres expuseram conversas com o vereador Paulinho da Silva e a irmã, Luciane, que seria responsável pela campanha. – Arquivo Pessoal/ND

Segundo Andressa, a proposta também incluía que todas as despesas fossem arcadas, como almoço e água, já que as mulheres trabalhavam o dia todo e não retornavam para casa.

O trabalho era organizado e monitorado. As visitas eram agendadas e avaliadas, e o feedback sobre elas era coletado no dia seguinte.

“Ele se preocupa com a causa autista, foi isso que falamos durante a campanha e foi com isso que ele se elegeu. A gente ia até a casa das pessoas, e no outro dia pegava o feedback para comprovar as visitas. Depois encaminhávamos para Luciane, irmã do vereador, que seria responsável pela fiscalização da campanha”, revelou.

A principal queixa das mulheres foi o não cumprimento do prometido. Inicialmente, o vereador teria proposto um contrato para que elas fossem pagas pelo período de trabalho, mas isso nunca aconteceu.

“Ele nos falou que a Luciane seria responsável pela organização e o contrato seria feito. No entanto, nada foi feito na prática”, afirmou Andressa.

Em várias tentativas de contato com Luciane, as mulheres alegam que foram ignoradas ou receberam respostas evasivas. “Luciane dizia que o vereador só era bom quando ajudava as pessoas”, disse Andressa.

Mulheres estiveram em sessão da Câmara cobrando vereador de Chapecó

As mulheres estiveram na Câmara de Vereadores durante a sessão da tarde da quarta-feira (26), cobrando pelos pagamentos. Com cartazes, as mulheres pediram que Paulinho as pague pelo trabalho feito durante a campanha eleitoral.

O que diz o vereador Paulinho da Silva?

Em resposta à acusação, o vereador Paulinho Silva explicou como funcionava a organização do trabalho.

Segundo ele, Andressa levou algumas pessoas, como a avó e a cunhada dela, entre outras, para que trabalhassem na campanha. “Mesmo trazendo sem minha autorização, pedi a relação dos documentos necessários para o trabalho”, declarou Paulinho.

Vereador de Chapecó, Paulinho da Silva (PCdoB), alega que mulheres queriam fazer contrato no nome de terceiros. – Foto: Selio Gasparetto/NDTV Chapecó

O vereador de Chapecó também afirmou que as mulheres recebem benefícios sociais e, por isso, não é permitido realização de contrato nesses casos.  No entanto, Andressa teria sugerido o uso de “laranjas” para realizar os contratos, o que foi desautorizado por Paulinho.

O caso foi registrado em boletim de ocorrência e as mulheres foram ouvidas na sede da Polícia Federal em Chapecó. A investigação já está em andamento e foi encaminhada ao Ministério Público Eleitoral, que determinou a apuração dos fatos.

Assista a reportagem na íntegra

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