No início da tarde desta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou com a imprensa em relação à decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que aceitou a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a sua participação em um plano de golpe de Estado em 2022. Ele disse que o país passa por um “momento de intranquilidade” por conta da “criatividade de alguns”.
Em coletiva após o julgamento que o tornou réu, ex-presidente indicou que STF foi ‘criativo’ na decisão – Foto: YouTube/Reprodução/ND
“Parece que tem algo pessoal contra mim. As acusações são graves e infundadas”, disparou Bolsonaro, que não participou da sessão do julgamento nesta manhã.
Segundo o ex-presidente, a transição do seu governo para Lula (PT) foi pacífica e atendeu a pedidos do novo presidente e de futuros ministros, como José Múcio, à frente da Defesa.
Bolsonaro leu trecho de seu discurso após a derrota em 2022
Como parte da sua argumentação, o ex-presidente leu um parágrafo do discurso que deu em novembro de 2022, semanas após perder a reeleição para Lula.
No trecho lido, ele diz que, à época, afirmou que “as manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”, mas que os métodos dos seus aliados “nunca serão os da esquerda, que podem prejudicar a população”. Entre os métodos, ele citou “invasão de propriedade, destruição do patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”.
Ele também afirmou que o inquérito da Polícia Federal e a denúncia da PGR não apontaram uma liderança para o golpe de Estado do qual ele é acusado de planejar. “Não tem como haver um golpe sem líder”, declarou.