1ª Turma do STF forma maioria e torna réus Bolsonaro e aliados

1ª Turma do STF forma maioria e torna réus Bolsonaro e aliados

Nesta quarta-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para tornar Jair Bolsonaro (PL-RJ) e outros sete acusados réus em um processo por tentativa de golpe de Estado.

A decisão foi baseada no voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que considerou a denúncia da Procuradoria-Geral da República suficientemente fundamentada para dar seguimento ao caso.

Durante a sessão, Moraes destacou que a denúncia da PGR apresentou adequadamente os fatos e a suposta organização criminosa liderada por Bolsonaro.

Segundo o ministro, o grupo teria atuado para subverter a ordem democrática após a derrota nas eleições presidenciais de 2022.

Ele ressaltou que, embora a tentativa de golpe não tenha sido consumada, a ação envolveu planejamento e execução de atos concretos com o objetivo de derrubar o governo eleito.

Moraes também abordou a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, classificando-a como um ataque grave à democracia, apoiado por um grupo que, segundo o ministro, incluía integrantes das forças armadas e policiais. “Não foi um domingo no parque”, afirmou, destacando a violência dos atos.

Ele também citou que a denúncia revelou a participação de Bolsonaro na disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, e mencionou um discurso de 2021 em que o ex-presidente afirmou que não cumpriria mais decisões do STF.

Voto de Flávio Dino

O ministro Flávio Dino seguiu o relator e votou a favor da aceitação da denúncia. Dino reforçou que a tentativa de golpe é um crime grave e afirmou que não se deve subestimar a seriedade dos atos de 8 de janeiro.

Ele lembrou a apreensão de armas durante o ataque e argumentou que a continuidade dos atos de subversão demonstrava uma organização criminosa bem estruturada.

“Golpe de Estado é coisa séria”, declarou, criticando aqueles que tentam minimizar a gravidade dos fatos. Dino também ressaltou a existência de uma norma que já previa crimes contra o Estado Democrático de Direito, antes da atualização da legislação em 2022.

Votos de outros ministros e próximos passos

O ministro Luiz Fux também se posicionou a favor da denúncia, embora tenha demonstrado uma abordagem mais cautelosa, mencionando que os atos descritos poderiam ser considerados preparatórios.

Fux, porém, indicou que aceitará a denúncia da PGR, embora tenha prometido analisar o caso com mais profundidade.

Ainda faltam os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

*Em atualização

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