Ex de mulher espancada até a morte após boato diz à polícia que filha do casal foi raptada no AC


Testemunhas disseram à polícia que membros de uma facção invadiram a casa de Yara Paulino e a assassinaram em via pública nessa segunda-feira (24). Ossada encontrada em uma área de mata no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, era de um animal, segundo perícia do IML. Yara Paulino da Silva foi assassinada na tarde desta segunda-feira (24)
Reprodução
A Polícia Civil do Acre convocou uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (25) para detalhar o andamento das investigações sobre a morte de Yara Paulino da Silva, de 28 anos, assassinada na Cidade do Povo, em Rio Branco, na tarde dessa segunda-feira (24), após a circulação do boato de que ela havia matado a própria filha de 2 meses.
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À imprensa, membros da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) ressaltaram que a ossada encontrada em uma área de mata do conjunto habitacional, na verdade, não era humana, mas sim de um cachorro. A polícia ouviu testemunhas na noite de segunda e segue com as oitivas nesta terça.
De acordo com o delegado Alcino Junior, o ex-marido de Yara disse à polícia que a filha do casal está desaparecida há cerca de três semanas. A polícia também apurou que a vítima apontava o ex-companheiro como possível responsável pelo desaparecimento da criança.
Porém, ainda conforme as investigações, os pais não comunicaram o desaparecimento da filha às autoridades. A polícia segue à procura da criança.
“Então, foi ouvido o pai dessa criança, a notícia que se tem é que essa criança teria sido raptada, há cerca de 3 semanas. Essa notícia foi veiculada pela própria mãe, agora morta, e se dizia que o pai poderia ter sido o autor do rapto da própria filha. Isso não era de conhecimento das autoridades, isso não tinha um registro de ocorrência, um boletim de ocorrência afirmando desse desaparecimento”, explicou.
Equipe da DHPP ressaltou que a principal suspeita é que o crime tenha sido cometido por membros de uma facção criminosa.
Gustavo Oliveira/Rede Amazônica Acre
Vítima de ‘disciplina’
O que já foi levantado pela polícia é que a menina também não possui registro de nascimento, e que o serviço foi negado em um cartório por conta de erros nos documentos dos pais. O casal não voltou a buscar o registro.
Ainda segundo a polícia, a principal linha de investigação é que a mulher foi vítima de “disciplina” por membros de uma facção criminosa por conta da suposta morte da criança, e não de um linchamento de outros moradores.
A equipe também divulgou um contato através do qual testemunhas podem encaminhar informações e possíveis imagens das agressões que tiraram a vida da mulher. Os materiais podem ser enviados através do contato (68) 99912-2964.
“Então, ontem a gente já começou a ouvir algumas testemunhas, hoje continuamos ouvindo outras pessoas. O que tem até agora seria essa motivação mesmo, que está meio que confirmada, que seria em decorrência da suposta morte da criança, e que seria por meio de facção criminosa. Então, a gente já tem alguns suspeitos, não podemos afirmar que teriam executado a vítima, mas que estariam no local. Mas isso, por ser uma investigação sigilosa, a gente não poderia revelar agora, e para também não atrapalhar no andamento das investigações”, acrescentou o delegado Leonardo Ribeiro, responsável pela apuração.
Assassinato
Yara Paulino da Silva, de 28 anos, foi assassinada no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, na tarde desta segunda-feira (24), sob a acusação de ter matado a filha de 2 meses e jogado o corpo em uma área de mata.
A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou, na noite desta segunda, que a ossada encontrada não pertence a um ser humano, mas sim a um animal, possivelmente um cachorro.
“Inicialmente, havia a suspeita de que um corpo de criança tivesse sido encontrado na região, mas a equipe do IML [Instituto Médico Legal] esclareceu que os restos mortais pertenciam a um animal” informou a Polícia Civil.
Segundo populares, a mulher foi tirada de dentro de casa por membros de uma facção criminosa que, supostamente, souberam da morte da criança. A mulher foi morta em via pública com golpes na cabeça.
Ossada foi encontrada em área de mata
Arquivo pessoal
Ninguém foi preso até o momento, contudo, conforme a Polícia Militar (PM-AC), os suspeitos já foram identificados e são de uma facção criminosa da região.
“Tivemos a informação de que tinha ocorrido um homicídio na Cidade do Povo e, prontamente, deslocamos as guarnições para o local. A vítima era usuária de entorpecentes. Direcionamos as viaturas para prender alguns dos autores, mas não foi possível. Já identificamos e vamos continuar buscando”, disse o tenente Edilson do 2º Batalhão da PM-AC.
Após os restos mortais serem achados em um saco de ração, os criminosos foram até a casa de Yara, a retiraram de dentro da residência e a mataram na rua. O pai da criança disse à polícia que estava separado da mulher há dois meses e que ela era usuária de drogas.
Segundo ele, esse teria sido um dos motivos para a separação. O homem esteve no local após a ossada ser achada.
O IML foi acionado para recolher os corpos. Uma mulher foi levada para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar esclarecimentos. Ao g1, o delegado Leonardo Ribeiro não quis confirmar se a mulher é considerada suspeita, mas afirmou que ela estava no local dos fatos.
Crime ocorreu na Cidade do Povo em Rio Branco
Arquivo pessoal
Criança foi dada como desaparecida
O g1 apurou, com moradores da região, que a criança foi dada como desaparecida há cerca de uma semana. A foto da bebê, inclusive, foi colocada em um grupo de mensagens do conjunto habitacional com pedido de informações.
“Procura-se essa criança sumida da casa de sua mãe. A suspeita é de que o pai que a levou sem permissão da mãe. A mesma não é registrada e, possivelmente, o pai teve ajuda de terceiros. Quem tiver visto, por favor, avisa aqui no privado porque a mãe está desesperada e não sabe onde encontrar. Ela quer somente saber do paradeiro dela pra ficar mais calma”, diz parte do texto.
O pai da criança relatou à PM-AC que não via a filha há cerca de duas semanas.
*Colaborou o repórter Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.
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