Sepultura comenta turnê de despedida e relembra início: ‘Um monte de moleque fazendo barulho’


Banda toca no Lollapalooza neste domingo (30) e participou do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1. Andreas Kisser falou que vai convidar irmãos Cavalera para último show em 2026. Andreas Kisser, do Sepultura, fala sobre preconceito com heavy metal
Considerada uma das bandas mais importantes do metal em todo mundo, o Sepultura tem mais de 40 anos de carreira e está se despedindo com a turnê “Celebrating life through death”. Um dos shows mais aguardados dessa despedida é no festival Lollapalooza deste domingo (30). Antes do Lolla, a banda participou ao vivo do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta terça-feira (25), a partir das 11h30. A conversa fica disponível em vídeo e podcast no g1, no YouTube, no TikTok e nas plataformas de áudio.
O guitarrista Andreas Kisser e o baixista Paulo Xisto começaram falando da turnê de despedida. “É uma decisão que eu trouxe pra mesa tem uns três anos. São vários motivos, mas acho que tem muito a ver com minha experiência pessoal, perder minha mulher [a empresária Patrícia Perissinotto], a própria pandemia e comecei a conversar com eles”, contou Andreas. Paulo disse que ninguém se opôs ao pedido de Andreas quando foi exposta a situação de pedido para o término da banda. “É um momento de respeitar e absorver isso tudo.”
Além dos dois, hoje o Sepultura tem o vocalista Derrick Green e baterista Greyson Nekrutman, que entrou no lugar de Eloy Casagrande logo antes do começo desta turnê. O músico saiu do Sepultura e passou a integrar o Slipknot. “Foi uma surpresa absurda. Ele estava há 13 anos na banda, dois anos que a gente estava falando da turnê de despedida. Dois dias antes estava resolvendo coisa de setlist com ele. E ele liga e fala que tem que ter uma reunião e que estava no Slipknot. Virou as costas e foi embora.”
Andreas também falou que não tem relação pessoal com os irmãos Cavalera, fundadores da banda. Todo contato feito para falar de projetos do Sepultura é feito por meio de empresários. Mesmo assim, o guitarrista disse que pretende convidar Max e Igor, assim como outros ex-integrantes. “A gente quer convidar, fazer uma grande celebração no final de 2026. Espero que participem.”
Sepultura no g1 Ouviu
Fábio Tito/g1
Durante a entrevista, Andreas fez uma análise sobre o legado que o Sepultura deixará na música após seus 41 anos de estrada. “Que tudo é possível. Numa época em que as pessoas olhavam e achavam que era um monte de moleque fazendo barulho. Ninguém apostava nada neles. E com muito foco, muito trabalho. Realmente Sepultura foi pioneiro e abriu muitas portas para o metal nacional.” Heavy metal “é liberdade, inclusão, democracia”, definiu Andreas.
O guitarrista comentou que, antes de saída de Max Cavalera da banda era uma na parte musical e outra bem diferente na parte burocrática. “Fora do palco, era um caos”, resumiu.
No Lolla, a banda é a única de heavy metal nesta edição do evento e não pretende alterar seu repertório por se tratar de um festival com fãs de vários estilos. “É sensacional, porque você toca para um público que nunca viu. Não tem como maquiar a banda pro público. Eles chamam o Sepultura porque querem Sepultura, então vamos levar o show do Sepultura.”
“A identidade do Sepultura é a liberdade, é viver o presente, não ficar preso no passado como o próprio Max está até hoje, regravando o ‘Roots’. Um cara que fala que é super criativo, repetindo o que já foi feito há 30 anos. Sepultura é essa capacidade de mexer com o presente”, analisou Andreas.
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