Após 1 ano de existência e custo de R$ 10 milhões, cartão que permitia acesso a serviços públicos de Piracicaba é extinto


Gestão anterior afirmou que cadastro de moradores seria como “censo municipal” e auxiliaria na definição de políticas públicas. Nova administração considerou valor de contrato elevado. Emissão do ‘Cartão Pira Cidadão’ durante evento de lançamento
Isabela Borghese/Prefeitura de Piracicaba
Após um ano de existência e um custo de R$ 10,6 milhões para implantação, o Cartão Pira Cidadão foi extinto pela Prefeitura de Piracicaba (SP).
O cartão, que era obtido por meio de um cadastro, dava acesso a uma série de serviços públicos municipais, como agendamento de consultas médicas, retirada de medicamentos e acesso a serviços de educação, cultura e esporte.
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Quando anunciou a implantação, a gestão anterior informou que o objetivo era unificar o cadastro dos moradores e reduzir o desencontro de informações entre secretarias.
A administração também afirmou que os dados dos cadastros seriam como um “censo municipal” e auxiliariam na definição de novas políticas públicas.
O encerramento do contrato para operação do sistema foi informado em resposta do secretário de Saúde, João Victor Rossi de Blasco, a um requerimento aprovado pela Câmara, de autoria do vereador Pedro Kawai (PSDB).
Espaço para cadastro e emissão do Cartão Pira Cidadão no terminal de ônibus do Vila Sônia, em Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
Secretaria aponta custo elevado
No documento, Blasco confirmou a extinção do cartão e afirmou que a decisão foi tomada “com total responsabilidade e com foco na otimização dos recursos públicos”.
Ele também afirmou que a medida foi adotada em meio ao congelamento de R$ 165 milhões do orçamento para 2025 pelo prefeito Helinho Zanatta (PSD), em janeiro, devido a uma previsão de queda nas receitas.
“Diante do Decreto de Contingenciamento de 15% do orçamento municipal, diversos contratos foram reavaliados, inclusive o do Cartão Pira Cidadão. Nessa avaliação, identificamos que o custo dessa iniciativa era elevado e que o retorno efetivo para a população não estava devidamente mensurado”, justificou o secretário.
Do total investido na implantação, R$ 8,7 milhões foram para serviço de licenciamento de software, treinamento de usuários e cadastramento de cidadãos e R$ 1,8 milhão para impressão de cartões.
Até o encerramento do contrato, foram realizados 188,6 mil cadastros.
O g1 questionou a prefeitura se existe previsão de realizar uma nova unificação dos cadastros futuramente, se será possível aproveitar o banco de dados criado pelo Pira Cidadão para outras ações, e se o contrato será investigado, uma vez que o custo foi considerado elevado pela nova gestão. No entanto, não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
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