
Popularmente conhecida como derrame, o AVC, ou Acidente Vascular Cerebral, é a principal causa de falecimento de pessoas em decorrência de doenças cardíacas no Brasil. Somente em 2024, foram mais de 60 mil óbitos por conta da enfermidade, segundo a Sociedade Brasileira de AVC.

O AVC é a doença cardíaca que causa mais óbitos no país – Foto: Freepik/ND
Conforme estudo publicado pela conceituada revista The Lancet Neurology, houve um aumento de 14,8% nos casos de AVC entre pessoas com menos de 70 anos no mundo nos últimos anos.
E o Brasil acompanha essa tendência, com 18% dos casos no país sendo na faixa etária de 18 a 45 anos, tendo como algumas das causas o sedentarismo e a alimentação inadequada.
Por isso, a mudança de comportamento e criação de novos hábitos é uma das formas principais de prevenir a doença.
O que é o AVC?
Considerada uma doença cardíaca, o AVC, ou Acidente Vascular Cerebral, ocorre quando os vasos que levam sangue do coração ao cérebro se rompem ou estão entupidos, acarretando paralisia da área cerebral que ficou sem circulação.
A doença é um problema em todo o mundo e pode acometer pessoas de diferentes faixas-etárias, muito por conta dos hábitos pessoais.
Contudo, as mulheres possuem mais risco de sofrerem com a enfermidade que os homens, muito por conta da longevidade e das alterações hormonais.
Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro, mais frequente, é causado em razão da obstrução da artéria.

O AVC pode ser causado por problemas genético ou por maus hábitos constantes – Foto: avc-previnase
Já o segundo, mais grave, é causado por sangramento devido à ruptura de um vaso sanguíneo.
Nos dois casos, há uma interrupção do fornecimento de nutrientes e oxigênio para o cérebro, o que resulta na perda das funções dos neurônios, afetando a cognição e as funções do corpo conforme a área do cérebro atingida.
A partir do diagnóstico, quanto mais rápida for realizado o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa.
Por isso, que a atenção aos primeiros sintomas é importante, assim como o atendimento médico imediato.
Quais são as causas e sintomas do AVC?
Os sintomas do AVC são percebidos de forma súbita e podem aparecer sozinhos ou combinados. Os principais sinais da doença são:
- Fraqueza muscular;
- Paralisação facial, dos membros inferiores e superiores ou mesmo de um lado do corpo;
- Visão turva; visão dupla ou sensação de linha sobre a linha da visão;
- Dificuldade na dicção das palavras ou para cantar algo;
- Dificuldade para escutar algo, mesmo que sejam frases simples;
- Tontura, desequilíbrio, falta de coordenação motora ou queda súbita;
- Dores de cabeça fortes e persistentes;
- Dificuldade para engolir;
- Náuseas e vômitos.

AVC: sinais, prevenção e recuperação; o que dizem especialistas e pacientes – Foto: Divulgação/Freepik/ND
Ao notar a presença desses sintomas, é essencial ligar para o serviço de atendimento médico com urgência, para que os procedimentos de tratamento sejam iniciados.
Fatores de risco para o AVC
Mesmo sendo uma doença súbita, existem alguns cuidados que podem ser feitos para que o AVC seja evitado, como a atenção aos fatores de risco.
Eles podem ser condicionados a fatores genéticos ou a hábitos cotidianos, bem como a alimentação e uso de substâncias que causam dependência.
São fatores de risco do AVC:
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Tabagismo;
- Sedentarismo;
- Ter mais de 55 anos;
- Consumo de álcool e outras drogas;
- Estresse;
- Colesterol elevado;
- Doenças cardiovasculares;
- Doenças do sangue;
- Sobrepeso e obesidade;
- Desequilíbrios hormonais.
Quais são os tipos de AVC?
O Acidente Vascular Cerebral pode ser classificado em dois tipos: o isquêmico e o hemorrágico, sendo que o primeiro aparece com mais frequência, em 80% dos casos.
A gravidade do AVC hemorrágico é maior por conta do rompimento de um vaso sanguíneo, contudo ambas ocorrências precisam ser rapidamente atendidas, para minimizar os efeitos colaterais e evitar maiores complicações, como as sequelas e o óbito.
AVC isquêmico
Ocorre quando há um entupimento das artérias que conduzem o sangue do coração ao cérebro.
Essa obstrução impede a distribuição de oxigênio para as células do cérebro, o que resulta na morte das mesmas.
A obstrução dos vasos sanguíneos é normalmente causada por uma trombose ou embolia cerebral, que pode ocorrer quando uma placa de gordura se solta em alguma parte do corpo e desloca para os canais cerebrais.
AVC hemorrágico
Acontece diante do rompimento de um vaso cerebral, causando a hemorragia. Geralmente, ela pode ocorrer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge.
Mesmo aparecendo em menos frequência que o isquêmico, em 20% dos casos, esse tipo de AVC é mais letal.
Como principais causas, estão a hipertensão arterial, aneurismas, malformações nas artérias, traumatismos cranianos e distúrbios de coagulação do sangue.
Qual é o tratamento do AVC?
Após o diagnóstico, feito por exames de imagem que permitem a identificação da área do cérebro afetada, são realizados os procedimentos de tratamento.
A reabilitação do paciente que sofreu um AVC começa no próprio hospital, para que ele se adeque com mais facilidade ao nosso quadro físico, restabelecendo aos poucos sua coordenação motora, habilidades funcionais e adquira independência física e psíquica.
Todas essas etapas acontecem com a regulação da pressão arterial, pulsação e respiração, o que geralmente ocorrem de um a dois dias depois do episódio de AVC.
Essa recuperação é feita por uma equipe médica multidisciplinar, formada por enfermeiros, neurologistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Durante esse período, o paciente precisa ser resiliente e obstinado para reaprender funções básicas, relacionadas a fala, movimentação dos membros e força muscular.
Outro ponto que precisa ser considerado é a readaptação social do paciente, com a realização de passeios leves, realização de compras e demais atividades relativas à rotina normal.
Prevenção do AVC
Por muito tempo, o pensamento popular e as campanhas de conscientização sobre o AVC eram voltadas para uma população com idade mais avançada.
Entretanto, o índice de jovens que apresentam a doença aumentou, seja por condições genéticas não detectadas anteriormente, ou por questões relacionadas aos hábitos pessoais, como alimentação industrializada e a falta de exercícios físicos.

Uma alimentação saudável é uma boa forma de prevenir o AVC – Foto: Divulgação/Freepik/ND
Nos casos em que a doença aparece na infância ou adolescência, as causas podem ser associadas a anemia falciforme, cardiopatias congênitas e tromboembolismo.
Para prevenir o risco de AVC, o ideal é que as pessoas adotem práticas saudáveis, realizando exercícios regulares, evitando abuso com álcool e o cigarro e evitando alimentos ultraprocessados.
Além disso, é importante a realização de check-ups regulares, principalmente na existência de fatores de risco e para pacientes na terceira idade.

O AVC é a doença cardíaca que causa mais óbitos no país – Foto: Freepik/ND